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Alunos vão à Justiça contra fim de graduações na FSA

Diante de crise financeira, conselho estuda fechamento de cursos e transferência de 240 estudantes

Por Bia Moço
Especial para o Diário
07/02/2018 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


 Preocupados com a possibilidade de fechamento de cursos da Fafil (Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Santo André), alunos da FSA (Fundação Santo André) e integrantes da UEE (União Estadual dos Estudantes) já estudam entrar na Justiça contra a instituição de Ensino Superior para garantir com que discentes tenham o direito de concluir as graduações já iniciadas. Devido à crise financeira em que o centro de ensino está mergulhado, o conselho universitário já discute mudanças na grade de ensino, entre elas a transferência de 240 estudantes de carreiras como Letras, Geografia, História e Ciências Sociais para outras universidades da região.

Gabriel Ishiara, 20 anos, presidente da UEE diz que, caso a reitoria não apresente alternativas que não seja o fechamento dos cursos, os alunos estão prontos para ingressar com mandado de segurança contra a FSA. “Direito adquirido não se tira. Se entraram no curso, os alunos têm, ao menos, o direito de concluir. Não abrir novas turmas é cabível, no entanto, os que já estão aqui têm de terminar.”

Reunião do conselho universitário está agendada para acontecer amanhã. O Diário recebeu informação de que a proposta da reitoria prevê também o fechamento de cursos da Faeco (Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas).

“A Fundação vai morrer. Aqui se cobra mensalidade caríssima, inclusive, fora do padrão da região. Diversos alunos estão saindo para outras universidades, como a USCS (Universidade Municipal de São Caetano) e a Direito São Bernardo. Pago cerca de R$ 1.200 e ainda querem fechar meu curso. Isso não pode mais ficar assim”, lamenta o aluno do 3º ano de Geografia, Everton Gregório, 22.

Reitor da USCS e presidente da Aimes (Associação das Instituições Municipais do Estado de São Paulo), Marcos Sidnei Bassi confirma a realização de pelo menos 150 transferências entre FSA e a universidade de São Caetano neste ano. “O que a gente sabe é que devido a essa crise financeira grave a Fundação vem perdendo alunos. A maioria dos alunos que recebemos de lá (FSA) são para o curso de Direito, mas também Administração e Ciências Contábeis. É um movimento natural, já que o aluno vê que a instituição está com dificuldade de pagar salários, funcionários em greve e fica com receio de continuar na instituição.”

O cenário de incertezas, composto por atraso de salários, greve de funcionários, também conta com crise interna, tendo em vista processo investigativo para apurar se todos os trabalhadores da FSA foram contratados mediante concurso público, conforme determina a lei. O pente-fino em 450 contratos, inclusive, foi iniciado a partir de denúncia de que o candidato mais votado para o cargo de reitor, o professor Francisco José Santos Milreu, teria ingressado na instituição de forma irregular.

Para alunos da UEE, a solução para resgatar a FSA seria intervenção pública. Uma das hipóteses seria a realização de auditoria pública por parte da administração municipal, tendo em vista que se trata de instituição de caráter público e de direito privado. Inclusive, cabe à Prefeitura a nomeação do reitor que comandará a FSA entre 2018 e 2022. A lista tríplice encaminhada ao prefeito Paulo Serra (PSDB) conta ainda com os nomes de Andrea Dias Quintao e Edvaldo Luis Rossini, o Didi – que posteriormente solicitou a retirada do seu nome da disputa. A expectativa é de que a decisão sobre o tema ocorra ainda nesta semana.




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