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Uma incógnita: haverá plebiscito?
Por Ademir Medici
31/10/2017 | 07:00
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O momento mais angustiante dos líderes autonomistas de São Caetano foi aguardar o pronunciamento da Comissão Administrativa da Assembleia Legislativa de São Paulo que aprovaria ou rejeitaria o pedido de plebiscito. 

Se ‘sim’, a população seria chamada, às urnas, para dizer se aprovaria a separação do subdistrito de São Caetano do município de Santo André. Se ‘não’, tudo estaria irremediavelmente perdido, na melhor das hipóteses adiado para daí a cinco anos.

Corria o ano de 1948. Naquele início da vida pública constitucional paulista e brasileira, entrava em vigor a chamada lei quinquenal. Projetos de criação de novos municípios seriam só debatidos de cinco em cinco anos. São Caetano teria que aguardar 1953.

Em 1977, 30 anos depois, o Diário estava à frente de sete líderes autonomistas ainda com a memória bem fresca sobre o que vivenciaram. 

Luiz Rodrigues Neves usa da palavra. Fala cerimoniosamente ao microfone instalado no salão nobre do jornal. Um grande silêncio toma conta dos demais interlocutores, que sabiam o que o colega iria dizer. Mas como num passe de mágica, uma viagem no tempo se iniciava. Era como se estivessem naquela sala espaçosa e decorada com móveis coloniais da Rua Boa Vista, no Centro velho de São Paulo.

Era sabido que o PTB votaria contra Depoimento: Luiz Rodrigues Neves

Formalizada a nossa representação junto à Comissão Administrativa da Assembleia Legislativa, nós passamos a aguardar ansiosamente o pronunciamento daquele órgão.

Todas as quartas-feiras, eu, o Jácomo (João Jacob Lorenzini) e o Celso Marchesan, que naquela época era titular do Banco de São Caetano, do qual o Jácomo também fazia parte, procurávamos a comissão, na Rua Boa Vista, em São Paulo, para saber das novidades.

Por razões políticas, o nosso processo ia sendo adiado. Nada do processo ser votado. A gente saía de lá cada vez mais preocupado.

Finalmente, numa das quartas-feiras, quando poucos moradores de São Caetano estavam presentes, o processo iria ser posto em votação.

Tinha pouca gente de São Caetano e eu explico a razão: como muita gente foi a primeira vez, foi a segunda vez e o processo não era votado, essa gente começou a esfriar, a desanimar.

Então imaginem a nossa emoção e a nossa tensão em saber que o processo iria ser votado.

Nós já sabíamos, antecipadamente, que o PTB, por razões eminentemente políticas, era contrário ao movimento, já que os ‘chapas pretas’ eram ligados ao PTB. E os deputados do PTB não faziam segredo que eram contrários, especialmente a deputada Conceição da Costa Neves.

Naquela noite havia ainda uma incógnita. O deputado Décio de Queirós Teles já havia dito que votaria conosco. Tinha simpatizado com a campanha e, além disso, era médico pessoal do Dr. Pellegrino (Angelo Raphael Pellegrino, autonomista e que seria eleito o primeiro prefeito de São Caetano – presente à mesa-redonda de 1977 no Diário).

O Joviano Alvim, do Partido Republicano, também já havia dito que votaria conosco. Mesmo assim não dava para saber qual seria o resultado.

AMANHÃ

O deputado Porphirio votou em tom poético

Pioneiros da FAECO

Estiveram reunidos, sábado, em almoço no Restaurante do Primeiro de Maio, Ernesto Luiz Varela, que se formou economista pela primeira turma da Faeco, em 1957, junto com outros quatro que se formaram pela segunda turma da mesma faculdade.

Faeco é a sigla da Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas da Fundação Santo André. A primeira faculdade da cidade, a segunda do Grande ABC – a primeira regional é a Faculdade de Teologia da Metodista, em São Bernardo, origem da Universidade Metodista.

Naqueles anos 1950, Santo André via crescer o seu parque industrial. Precisava de trabalhadores e de técnicos. Mas também de economistas e administradores. E foi assim que nasceu a sua primeira escola de nível superior – e como é bom saber que os pioneiros não deixam esta história morrer.

Diário há 30 anos

Sábado, 31 de outubro de 1987 – ano 30, edição 6587

Capital&Trabalho – Metalúrgicos da Capital, Osasco e Guarulhos fazem acordo: 46%; greve prossegue no Grande ABC.

Prêmio Jornalístico – Os jornalistas Francisco Fukushima e Lúcia Faria, do Diário, recebem menção honrosa pela classificação dos seus trabalhos no Prêmio Interclínicas de Jornalismo. Tema abordado: o alcoolismo.

Memória – Registramos o nascedouro do Cemitério da Saudade, em Mauá, numa foto de 1940.

Em 31 de outubro de...

1917 – O Brasil FC, patrocinado pelo senador Flaquer, anuncia o reinício dos jogos, depois de reparos realizados em seu campo de futebol no Centro de Santo André.

São Paulo encerra Exposição Industrial, no Palácio das Indústrias, com queima de fogos de artifício.

Casa Falchi distribuirá seus chocolates no recinto da exposição.

Pereira Ignacio, dono da Fábrica Ipiranguinha, em Santo André, promoverá a água mineral Platina, extraída das suas fontes do chapadão, na Estação de Prata, ramal de Caldas.

O Brasil na guerra. Do noticiário do Estadão: o Ministério da Guerra abre inscrições de novos voluntários em todas as suas unidades.

1932 – Narciso Ferrari nasce em São Caetano. Contabilista e economista. Historiador dos esportes da sua cidade, em especial do São Caetano EC. Descende de família de origem italiana do velho Núcleo Colonial de São Caetano.

Santos do Dia

Afonso de Palma ou Afonso Rodriguez

Quintino

Hoje

Dia do Saci e das Bruxas

Dia do Repórter Policial – salve, salve, Arlindo Ribeiro, o Ligeirinho de Diadema




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