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IBGE mostra que água da Billings piorou
Por Adriana Ferraz
Do Diário do Grande ABC
05/06/2008 | 07:04
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No Dia do Meio Ambiente, celebrado hoje, uma má notícia para a região. A qualidade da água da Represa Billings se mantém ruim, segundo relatório publicado, ontem, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O consumo de oxigênio, por meio de reações biológicas e químicas, aumentou da década de 1990 para cá. A chamada DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio), que já foi de 2,1, hoje está em 5. Quanto maior o número, pior a condição do corpo d'água.

Os dados fazem parte do IDS (Indicador de Desenvolvimento Sustentável) 2008. O coordenador-técnico do levantamento, Wadih Scandar, comenta que a classificação do manancial está no limite do considerado aceitável. "Essas informações mostram se a água é boa ou não. Utilizamos análises da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), que mostram que a manutenção é falha."

Para Scandar, a condição dos recursos hídricos brasileiros é um dos pontos negativos do indicador. "Mencionamos a Billings, mas o Rio Tietê, por exemplo, tem DBO em 37. É o pior do País, com muito acúmulo de poluição", complementa.

A situação dos reservatórios da Região Metropolitana de São Paulo - a Represa Guarapiranga está nos mesmos patamares -, causa preocupação num momento em que se discute a eficácia e os perigos dos testes de flotação. Para o presidente do MDV (Movimento em Defesa da Vida do Grande ABC), Virgílio Alcides de Farias, é mais um alerta que deve ser enfrentado pelo governo, que defende e patrocina os experimentos.

"A água flotada pode fazer com que os sedimentos que estão no fundo da represa voltem à superfície, exigindo mais consumo de oxigênio para a limpeza da água. Isso fará com que a qualidade caia ainda mais", diz.
No que se refere a investimentos das três esferas de governo, as informações são frustrantes para quem defende o meio ambiente. Os gastos públicos estaduais para a área variaram de 0,6% para 0,8% no período de 1996 a 2004. A conta é relacionada ao total de despesas.

A lista de más notícias é grande. O Brasil ainda não tem depósitos definitivos para o lixo radioativo, a concentração de ozônio nas grandes cidades ultrapassa os níveis aceitáveis e a quantidade de agrotóxicos usados na agricultura nacional mais que dobrou de 1992 a 2006.

Na contramão, o IBGE também revela avanços no setor. O consumo de substâncias destruidoras da camada de ozônio caiu 87% em 14 anos, os focos de queimada registraram queda de 50% entre 2004 e 2006 e a biodiversidade do País segue como a maior do mundo. No quesito prevenção, a vitória está na criação de unidades de conservação. Mais de 700 mil km² estão protegidos por lei no Brasil, o que representa 8,7% do território nacional. "Este é um indicador favorável, tanto em números como em áreas. Muitas delas, inclusive, já apresentam uso sustentável, ou seja, são ocupadas e têm os moradores como aliados", completa.




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