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Uma fábula quixotesca
Ângela Corrêa
Do Diário do Grande ABC
24/12/2010 | 07:30
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Divulgação


Filmes que têm como pano de fundo uma série de conflitos ideológicos podem até parecer datados e enfadonhos, mas felizmente não é esse o caso da comédia 'O Concerto' (que também estreia apenas na Capital).

O longa, do diretor romeno Radu Mihaileanu, acompanha a rebarba da perseguição comunista aos judeus na Rússia. Foi por resistir ao sistema que o maestro Andreï Filipov (Aleksey Guskov) foi demitido do posto de regente titular da Orquestra Bolshoi, a maior do país. Ele se recusou a mandar embora alguns músicos semitas da formação, incluindo seu melhor amigo, e acabou ele mesmo sendo dispensado.

Trinta anos depois, Filipov deu um jeito de continuar na Bolshoi, trabalhando, deprimido, agora como faxineiro. O diretor sempre dá um jeito de humilhá-lo ao prometer devolver o comando da orquestra a ele.

O ritual sádico é interrompido quando Andreï dá de cara com um convite enviado por fax que a formação recebeu de uma organização francesa. A oportunidade é para tocar em duas semanas, substituindo de última hora uma outra formação.

O maestro então decide convocar os antigos músicos para formar uma orquestra que se passe pela Bolshoi original . O problema é que os instrumentistas estão afastados da música há muito tempo. Um trabalha agora como produtor de filme pornô, outro é taxista, outro exerce a atividade de camelô, entre outras funções distintas. Uma fábula quixotesca.




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