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Natal em Belém: patriarca pede fim do 'muro de separação'
Por Da AFP
24/12/2005 | 14:02
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O patriarca latino de Belém, Michel Sabah, lançou um apelo pelo fim do 'muro de separação' construído por Israel ao redor de Belém ao chegar à cidade neste sábado para celebrar a missa de Natal. "É preciso suprimir os muros e construir no lugar deles pontes de paz e de amor", disse o patriarca ao passar por uma das entradas de Belém dirigindo uma procissão procedente de Jerusalém.

Para o patriarca, o muro transformou Belém em uma "imensa prisão". "Os que querem exercer o poder na Terra Santa devem saber que não podem recorrer à violência, e sim ganhar os corações dos palestinos e dos israelenses", sentenciou. Milhares de peregrinos começaram a chegar a Belém, que recupera há algum tempo o ambiente festivo da época depois de cinco anos de Intifada.

Organizada pela primeira vez em dezembro de 1999, o Feriado de Natal de Belém foi deixado de lado nos quatro anos seguintes por causa da violência. Em Belém, os peregrinos e turistas se reúnem na rua da Estrela, que segundo a tradição foi o caminho que percorreu a Virgem Maria antes de dar à luz ao menino Jesus.

Os ônibus costumam deixar os turistas na Praça do Presépio, que tem de um lado a Basílica da Natividade e a prefeitura de Belém e do outro uma mesquita. Jovens disfarçados de Papai Noel distribuem doces às crianças. Como de praxe, uma árvore de natal coberta de enfeites e luzes ilumina a praça.

Como sempre, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, assistirá à Missa do Galo. Israel impediu seu antecessor, Yasser Arafat, falecido em novembro de 2004, de participar da missa a partir 2001.

Os hotéis não estão cheios, mas começam a sair do marasmo econômico em que a violência os mergulhou nos quatro últimos anos. A polícia mobilizou 800 homens para garantir a segurança na cidade, informou à AFP o coronel Issa Hijjo.

Segundo Hijjo, Israel se comprometeu a não realizar operações em Belém entre sexta-feira à noite e terça-feira de manhã para não perturbar as comemorações natalinas.

O coronel descartou a possibilidade de distúrbios provocados pelos grupos armados locais, como aconteceu na terça-feira passada quando membros das Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa, vinculados ao movimento Fatah, ocuparam os locais da prefeitura. "Um incidente como esse não vai se repetir", garantiu.




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