Responsável por manter o Brasil em evidência nas últimas temporadas da Fórmula 1, Felipe Massa, 35 anos, revelou ontem, um dia antes do início dos treinos livres para o GP da Itália, que acontece domingo, que vai deixar a principal categoria do automobilismo no fim do ano. O piloto teria a chance de renovar o vínculo com a Williams, que vence em dezembro, mas preferiu parar.

Dono de 11 vitórias pela Ferrari entre 2006 e 2008, sendo que no último ano pela escuderia italiana foi vice-campeão ao perder o título para Lewis Hamilton em campeonato definido na última volta do GP do Brasil, em Interlagos, Massa assim irá encerrar trajetória que iniciou em 2002, quando estreou na Fórmula 1 no GP da Austrália, pela equipe Sauber.

Ao todo, o brasileiro contabiliza 242 corridas na categoria. Além das 11 vitórias, teve 16 pole positions, 15 melhores voltas e esteve no pódio em 41 vezes.

Em meio a momento ruim pela Williams, equipe que é sua casa desde a temporada 2014, Massa terá mais oito corridas pela frente na reta final da carreira – a última será dia 27 de novembro, no GP de Abu Dhabi – para tentar algum resultado expressivo pelo time inglês.

“Estou mais nervoso do que em todas as minhas largadas. Depois de 27 anos competindo, desde quando comecei no kart, e após 15 anos na Fórmula 1, esta será a minha última temporada”, afirmou Massa. “Serão minhas últimas oito corridas e as curtirei ao máximo. Muito obrigado a todos que estiveram ao meu redor e que acompanharam minha carreira. Estou orgulhoso, mesmo tendo perdido um campeonato por um ponto”, completou, lembrando da disputa que travou com Hamilton no Mundial de 2008.

Massa, por sinal, viu o seu desempenho na Fórmula 1 cair de forma significativa a partir do GP da Hungria de 2009, quando sofreu grave acidente no treino de classificação para a prova. Naquela ocasião, foi atingido em cheio no capacete por mola que se soltou do carro do compatriota Rubens Barrichello e bateu forte em seguida, precisando ser levado ao hospital em estado preocupante. Após o trauma, ele só voltou a correr em 2010.

Massa é, ao lado de Rubens Barrichello, o quarto brasileiro com maior número de vitórias na Fórmula 1, com 11 cada. Os dois ficam atrás de Ayrton Senna, que acumulou 41 triunfos, Nelson Piquet (23) e Emerson Fittipaldi (14).

Brasil pode ficar sem representante no grid de largada depois de 48 anos

A aposentadoria de Felipe Massa da Fórmula 1 pode fazer com que o Brasil fique sem pilotos na principal categoria do automobilismo mundial depois de quase 50 anos. A última vez que o País não teve representante no grid foi em 1969, uma temporada antes da estreia de Emerson Fittipaldi pela Lotus.

Quem pode manter a tradição brasileira na categoria é Felipe Nasr, que tem contrato com a Sauber até o fim da temporada. O brasileiro, porém, só conseguiu entrar na equipe por conta do patrocínio do Banco do Brasil, que investiu R$ 40 milhões na escuderia, mas o acordo provavelmente não será renovado para 2017.

Independentemente de ter ou não piloto no grid, o Brasil dificilmente vai sediar uma das etapas da temporada 2017. Bernie Ecclestone, chefão da categoria, já havia ameaçado tirar o GP do Brasil, que acontece em Interlagos, do calendário por conta de dificuldades financeiras, mas deu voto de confiança para e prova desde ano, sem garantir a continuidade para o próximo ano. São Paulo sedia a Fórmula 1 desde 1973.