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Presidente do Dersa não comparece a audiência do Rodoanel
Fabrício Calado Moreira
Do Diário do Grande ABC
24/08/2005 | 09:09
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O presidente do Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A), Dario Rais Lopes, não compareceu terça-feira à audiência pública realizada na Assembléia Legislativa para discutir desmatamento em áreas de mananciais supostamente cometidos pelo órgão para a construção do trecho Sul do Rodoanel, nas margens da represa Billings, em São Bernardo. Ele operou o joelho na última quinta-feira. Para representar o Dersa esteve presente o gerente da Divisão de Gestão Ambiental, José Fernando Bruno, que declarou que serão retomados os estudos topográficos para análise de impacto ambiental em trecho da via expressa.

O administrador garantiu ao presidente da Comissão de Defesa do Meio Ambiente, deputado Sebastião Almeida (PT), que não houve desmatamento e sim um desbate na mata, prática em que a vegetação é cortada pela metade e não arrancada totalmente. "Para concluir o Estudo de Impacto Ambiental e obter a licença do Ibama, como foi estabelecido pelo Ministério Público Federal, é preciso fazer a topografia", afirmou.

Na avaliação do deputado Sebastião Almeida, o gerente procurou o tempo todo se esquivar do debate de terça-feira. "Ele disse que não houve agressão alguma, que o lugar já estava desmatado", relata. Para o parlamentar, ficou comprovado na audiência de terça que o órgão cometeu as irregularidades de que é acusado. "Me convenci disso. Eles desmataram, entraram em área particular e ainda fizeram justificativa medíocre, que é se comparar a alguém desinformado, como se dissessem ‘todo mundo faz, eu também posso fazer,’" declara.

Multa – Em junho, o Dersa foi multado em R$ 44.826 pelo Dusm (Departamento de Uso do Solo Metropolitano) e em R$ 1.769 pelo DEPRN (Departamento Estadual de Proteção de Recursos Naturais) por desmatamentos e invasões durante levantamento topográfico às margens da represa Billings, em São Bernardo. O órgão recorreu.

Os incidentes ocorreram entre 8 de março e 17 de maio deste ano. À época, funcionários teriam invadido chácaras particulares e aberto trilhas dentro da mata fechada. O Dusm e o DEPRN, subordinados à Secretaria Estadual do Meio Ambiente, identificaram 15 pontos de desgaste na vegetação. Na ocasião das multas, a Secretaria de Estado dos Transportes, responsável pelo Dersa, questionou a legitimidade das autuações. Alegou que apenas a vegetação rasteira de trilhas foi cortada e que a entrada nas chácaras foi autorizada pelos moradores.




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