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‘Novela’ da PLR na GM chega ao fim
William Glauber
Do Diário do Grande ABC
27/04/2006 | 08:06
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A novela da PLR (Participação nos Lucros ou Resultados) da General Motors exibiu quarta-feira o último capítulo. Após assembléia realizada no portão 4 da fábrica em São Caetano, mais de 6 mil trabalhadores aprovaram a proposta apresentada pela montadora, após um mês de discussão. Para satisfazer os empregados, a GM cedeu às pressões e atendeu a reivindicação de R$ 2,5 mil de antecipação da primeira parcela para 10 de maio – no entanto, sem modificar o valor final do benefício.

O pagamento da parcela final da PLR será efetuado no dia 16 de janeiro de 2007. Caso a montadora atinja a meta de 100% de produção (340 mil veículos), acrescida de bons resultados na avaliação da qualidade e no baixo absenteísmo, os trabalhadores recebem R$ 5 mil.

Em negociação, os sindicatos dos metalúrgicos de São Caetano e São José dos Campos também conseguiram alterar a meta de 80%, reduzindo de 290 mil para 280 mil veículos, com pagamento de R$ 4 mil. No entanto, caso as expectativas de vendas sejam superadas e a empresa alcance a meta de 120%, os metalúrgicos embolsam R$ 6 mil.

Após um mês de maratona de longas reuniões, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, Aparecido Inácio da Silva, o Cidão, comemora as conquistas da categoria. “Foi uma vitória na mesa de negociação. Foi difícil. Mas deu para conseguir”, avalia. O representante diz também que o resultado da PLR mostra coesão dos trabalhadores e fortalece a representação do sindicato.

Ao contrário da assembléia anterior, foram poucos trabalhadores que recusaram dessa vez a proposta construída por sindicatos e montadora. “Foi praticamente 99% de aprovação. Mas a unanimidade é burra”, avalia Cidão. Por isso, o presidente da entidade destaca a participação de 50 trabalhadores que disseram não ao acordo da PLR.

Histórico – A primeira proposta da montadora previa antecipação de R$ 2,3 mil. No entanto, no dia 12, o valor foi amplamente rejeitado pelos trabalhadores. Especulações apontavam para a atuação de oposicionistas, que mobilizaram os trabalhadores a buscarem novos valores.

Segundo Cidão, o boato instaurado na fábrica em relação à impossibilidade de concretização das metas não tem fundamento. “O acordo foi principalmente positivo porque havia preocupação de as metas não serem atingidas. Se não atingirmos, deveríamos passar a discutir manutenção de emprego”, diz o interlocutor das negociações.

A pedido dos sindicalistas, a GM marcou reunião, realizada na segunda-feira – dia 24. Na ocasião, a montadora elevou a primeira parcela para R$ 2,4 mil. Em contrapartida, os sindicalistas reivindicaram e conquistaram R$ 2,5 mil de antecipação. A GM confirma o acordo com os trabalhadores e considera “concluído” o processo de negociação da PLR deste ano.



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