O projeto Jazz Via Brasil – Contrapontos, do Sesc São Caetano, promove nesta quinta, das 16h às 18h, o workshop de improvisação ministrado pelo pianista norte-americano David Berkman. Coisa sofisticada, para músicos experientes ou ouvintes curiosos, mas o público em geral pode conferir o trabalho do instrumentista em show nesta sexta, na mesma unidade. Um trio apresenta repertório calcado na bossa nova, com participação de Berkman.

Idealizador do projeto, o baterista Rogério Boccato diz que o objetivo desse trabalho é contrapor jazz e música brasileira, mostrando a influência de uma sobre a outra a partir do ponto de vista de como os músicos absorveram e interpretaram essas influências.

A questão é apresentada tanto de forma didática, por meio dos workshops, como artística, com a realização dos shows propriamente ditos. No workshop desta quinta, por exemplo, David Berkman mostrará como improvisar. "É importante para quem toca ter uma idéia prática da improvisação, porque, às vezes, a pessoa tem medo de experimentar algo e errar", diz Boccato. Sexta, às 16h, o norte-americano fará workshop de jazz piano.

Ele explica que Berkman faz um jazz moderno, que incorpora a música de diversas partes do mundo, inclusive a brasileira. Não há, da parte do pianista, a intenção de tocar como um brasileiro. Assim como não existe, por parte dos representantes locais, a pretensão de reproduzir o jazz tal qual faria um norte-americano.

E é justamente a discussão sobre até que ponto um estilo influencia o outro que norteia a programação artística do Jazz Via Brasil – Contrapontos. Nesta sexta, às 20h, no Sesc São Caetano, Boccato (bateria), Carlos Roberto (piano) e Paulo Paulelli (baixo) farão o show Jazz e a Bossa Nova, com participação especial do próprio Berkman.

"Serão três ou quatro pessoas criando ao mesmo tempo", afirma Boccato. Não será um tipo de improvisação como a do choro, que se guia pela melodia. Agora, melodia, harmonia e a idéia da letra servem como uma espécie de célula sobre a qual os músicos improvisam, tal qual ocorre com o jazz. Trocando em miúdos, é como um bate-papo. Parte-se de um tema e cada pessoa na roda – que corresponde a um instrumento – faz seu comentário. A forma como cada um reage ao que foi ‘dito‘ é a grande aventura da improvisação.

Em Jazz e a Bossa Nova, os músicos trabalharão tanto com os clássicos do gênero brasileiro como com uma geração mais recente que, de certa forma, incorpora as influências do estilo consagrado por João Gilberto e tantos outros nomes.

Dos compositores tradicionais, entram nomes como os de Tom Jobim (Desafinado), Johnny Alf (Eu e a Brisa) e João Donato (Lugar Comum). Em outro bloco, figuram artistas como Rosa Passos (com Dunas), Milton Nascimento (Travessia) e Djavan (Te Devoro).

As próximas atrações são: concerto com David Berkman (domingo, às 11h, no Teatro Paulo Machado de Carvalho); workshop A Composição no Jazz, com Alexandre Mihanovich (dia 17, às 16h, no Sesc) e show O Jazz de um Brasileiro, com Mihanovich e grupo (dia 17, às 20h, no Sesc). O evento é uma realização do Sesc em conjunto com a Fundação das Artes de São Caetano.

Jazz Via Brasil – Contrapontos – Workshop de improvisação com o pianista David Berkman. Nesta quinta, das 16h às 18h. Entrada franca. Workshop de jazz piano com Berkman. Sexta, das 16h às 18h. Entrada franca. Jazz e a Bossa Nova – Show, com participação especial de Berkman. Sexta, às 20h. Todos no Sesc São Caetano – r. Piauí, 554. Tel.: 4223-8800. Ingr.: R$ 10, R$ 7,50 (usuários matriculados) e R$ 4 (comerciários, estudantes e idosos).