Ferdinand teve a sorte de marcar o primeiro gol com a seleção no sábado contra a Dinamarca (3-0) pelas oitavas-de-final, com ajuda do goleiro sueco Thomas Sorensen, que desviou para dentro da rede uma bola cabeceada por Ferdinand após um corner lançado por David Beckham.

"O gol é meu, ninguém tasca", brinca Ferdinand com um sorriso de orelha a orelha. "Na verdade, minha cabeceada foi medíocre, mas por sorte o goleiro cometeu um erro".

Ferdinand nasceu há 24 anos em Peckham, bairro do sul de Londres, em uma família humilde.

Seu pai, apaixonado por kung-fu, o inscreveu em um clube local aos 12 anos, e não pensava em chegar um dia a ser profissional. Ele começou a se dedicar ao futebol por causa do verdadeiro drama nacional que representou para os ingleses a derrota por 2-1 para a Argentina na final do Mundial do México-1886, com o famoso gol marcado pela "mão de Deus" de Diego Maradona, e outro antológico também marcado por Maradona.

"Sublime. O melhor gol marcado em todos os tempos. Sei de cor o comentário da televisão", diz Ferdinand, sem medo de causar ressentimento em seus compatriotas. "Eu tinha 8 anos, e Maradona me deslumbrou".

Desde então mantém as paredes de seu quarto cobertas com fotos de jogadores que admira. "Se uma equipe ganha sem jogar bem isso não me interessa. Gosto de jogadores como Ronaldo ou Zidane, capazes de jogadas extraterrestres", disse.

Quanto mais belo for o ataque, mais pode brilhar o zagueiro ao defendê-lo, lembra o zagueiro central Ferdinand.

Se o Brasil se classificar para as quartas-de-final, terá um fã como adversário. Mas os ingleses esperam que Ferdinand cumpra com seu trabalho.