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Setor químico prepara reivindicações
Por Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
19/09/2011 | 07:30
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Claudinei Plaza/DGABC


Assim como os fabricantes de veículos, a indústria química brasileira também busca do Governo Federal medidas de fortalecimento da competitividade do setor frente aos importados. Documento conjunto preparado por trabalhadores da indústria química e a associação do segmento e encaminhado ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, expõe o cenário atual do segmento, que deve chegar ao fim do ano com déficit comercial (quando as importações superam as exportações) de US$ 24 bilhões.

E para reforçar as reivindicações, sindicalistas que encontraram Mantega na quinta-feira em Brasília para conhecer os termos do programa de regime automotivo - que elevou o Imposto sobre Produtos Industrializados para os carros importados -, solicitaram uma audiência sobre o ramo químico com o ministro.

Para o presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas no Estado de São Paulo, da Força Sindical, Sérgio Luiz Leite, que também é 1º secretário-geral dessa central, há a expectativa agora de que o governo estabeleça alguma ação, por exemplo, de estímulo tributário, para que a atividade continue gerando empregos.

No documento conjunto definido com a Associação Brasileira da Indústria Química, segundo ele, empresas e trabalhadores definiram a necessidade de se fazer algo para deter o processo de desindustrialização em curso.

O presidente do Sindicato dos Químicos do ABC, Paulo Lage, assinala a importância também de incentivos à inovação e à qualificação da mão de obra. Para debater esses temas, o ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, foi convidado para participar da conferência internacional A Indústria Química, um novo rumo é possível, promovida pela entidade da região, e que será realizada de 26 a 28 deste mês no Blue Tree Towers Santo André (avenida Portugal, 1464, Santo André).

Leite afirma que o evento ajudará a trazer para o foco do governo essas preocupações do segmento. Ainda segundo ele, com a perspectiva de crescimento da economia para os próximos anos, o setor nacional poderia investir estimados R$ 167 bilhões, para gerar empregos e fortalecer a atividade. No entanto, o deficit comercial, que em dez anos, pode somar US$ 240 bilhões, cria entraves para esses investimentos.

O dirigente lembra que o setor - incluindo desde a área petroquímica, química, tintas, área farmacêutica e peças de plástico - gera no Brasil 850 mil empregos. "Poderíamos chegar a muito mais", avalia.

O presidente da Fequimfar cita que o programa de regime automotivo, de forma indireta, já beneficiou o setor de produção de peças de plástico. Isso porque, entre os requisitos para as montadoras ficarem com o IPI sem alteração, essas empresas terão de ter 65% de conteúdo nacional, aplicar 0,5% do faturamento em inovação e se enquadrar em seis de 11 itens, entre os quais produzir componentes injetadas de plástico no País.




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