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Vera Fischer em edição recatada
Por Kelly Zucatelli
Do Diário do Grande ABC
27/01/2008 | 07:11
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“E u subi para o quarto e escrevi no meu diário: ‘Vou matar meu pai’. Não precisei fazê-lo. A vida se encarregou disso. Ele morreu de câncer”. Se assustou com a frase? Para quem espera encontrar histórias do arco da velha na autobiografia Vera – A Pequena Moisi (Editora Globo, 163 páginas, R$ 29,00), lançada pela atriz Vera Fischer, terá de se contentar com essa mensagem como a mais chocante.

A frase foi dita por ela na adolescência, em um episódio em que seu pai, Emil Fischer, deu-lhe um soco depois que Vera matou aula para passear de Kombi com um namoradinho.

No livro, nada de relatar os momentos conturbados vividos principalmente entre as décadas de 1980 e 1990, como as internações em clínicas de recuperação e os momentos agressivos que passou com o ex-marido Felipe Camargo, pai de seu filho, Gabriel.

A gaúcha, 57 anos, mãe de Rafaela e Gabriel, preferiu relatar na obra momentos mais lights, como a infância junto da família em Blumenau e a adolescência cheia de vaidades femininas. Além de suas paixões: amigos, artes, televisão, cinema, literatura e os Beatles.

Ratinha - O apelido Moisi foi dado na infância pelos pais. Vera tinha mania de assaltar a geladeira para roubar pedaços de queijo parmesão e levar para o quarto. Devido a essa adoração pelo alimento, veio o carinhoso nome Moisi, que em alemão significa ratinho.

Amores - A atriz transportou para o livro várias fotos de seu arquivo pessoal. Imagens em preto-e-branco da década de 1960, de amigos, ensaios fotográficos e festas em família. Entre elas, está a única de um de seus ex-amores, Perry Salles, pai de Rafaela, e que hoje ela declara ser um de seus melhores amigos.

Com relação ao também ex-marido Felipe Camargo, a atriz ignora a passagem e não faz sequer o registro.

Trecho

“Sei que a solidão é um fato e vivo endeusando o ato de conseguir ser e estar sozinha. Também sei que aos 52 anos eu deveria estar mais consciente de que ser só é a realidade. Como sou. Lembro o poema Ausência, de Carlos Drummond de Andrade. Mas agora, nesse momento, tudo o que gostaria de ouvir é um ‘eu te amo’. Não ouço isso desde o meu último marido. Escuto dos meus filhos, é claro, mas os homens não conseguem mais me amar. Ou não querem. Ou não sabem. Sinto-me extremamente jovem e romântica. Um ‘eu te amo’ seria tudo. Será que nunca mais ouvirei esta frase? Até para os mais íntimos eu falo ‘eu te amo’. Não sei se eles respondem o mesmo, mas sei o quanto é bom ouvir... nem que seja de um amigo. Ah, é claro que estou me referindo a um ‘eu te amo’ entre um homem e uma mulher.”



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