O cidadão andreense já pôde se orgulhar de ter na cidade Aurélio Miguel, campeão olímpico em Seul-1988. Rogério Sampaio e outros tantos nomes importantes do judô também defenderam as cores do município. É justamente essa tradição que mantém a modalidade ativa, já que o apoio do poder público é quase inexistente.

Atualmente, o único objetivo de Santo André é permanecer na elite, já que brigar pelas primeiras colocações é praticamente impossível. A Prefeitura disponibiliza apenas R$ 10 mil mensais para manter as equipes masculina e feminina, enquanto centros desenvolvidos investem quantias muito superiores, como o EC Pinheiros que tem orçamento na faixa de R$ 80 mil por mês, e o Sogipa, do Rio Grande do Sul, que gasta em torno de R$ 60 mil.

Sem dinheiro, a equipe andreense não consegue segurar os atletas. Assim que chegam à categoria juvenil ou conseguem algum destaque, logo são assediados por centros mais desenvolvidos e acabam deixando a cidade. Foi o que aconteceu com Marieta Clozel, que tenta a vida na Austrália, e Paloma Paulino, que recentemente foi campeã paulista defendendo Osasco.

O reflexo do baixo investimento é medido nos resultados. Nos Jogos Abertos do Interior, disputados em novembro, tanto o time masculino como o feminino de Santo André não passaram da modesta sétima colocação, atrás de cidades que possuem tradição infinitamente menor, como São José do Rio Preto e a anfitriã Mogi das Cruzes.

A perspectivas para o futuro são ainda mais desanimadoras. Com o esporte colocado em segundo plano pela Prefeitura, o judô andreense terá para gastar durante a temporada exatamente o mesmo que teve em 2011. Consequentemente, os resultados não devem ser diferentes. Assim, o judô andreense, que já foi campeão olímpico, hoje não aparece como força nem mesmo na disputa dos Jogos Regionais.