A Seleção Brasileira de Judô, que disputa o Mundial da Modalidade de 8 a 11 de setembro no Egito, teve mais uma baixa nesta quarta-feira. Depois do pedido de dispensa da meio-pesado Edinanci Silva, o médio Carlos Honorato, que como a judoca defende o Imes/ São Caetano, foi cortado por estar longe de sua melhor forma física e técnica. Diferentemente da categoria meio-pesado feminino, que não terá outro representante, a médio masculina poderá levar Alexsander Guedes, que será integrado à seleção nesta quinta. Porém, a ida do judoca ao Egito dependerá de questões burocráticas, como visto, certificado de vacina de febre amarela, inscrição e passagem.

Não foi fácil para a comissão técnica da CBJ (Confederação Brasileira de Judô) dispensar o atleta. "Abrimos mão do Honorato hoje para que ele volte muito melhor no ano que vem", desabafou o técnico da seleção masculina, Luiz Shinohara. Para o coordenador técnico da equipe, Ney Wilson, foi uma das decisões mais difíceis que teve de tomar. "Por tudo o que ele representa para o judô brasileiro, resolvemos não expor o atleta que certamente seria cobrado por resultados. Ele é um patrimônio para a modalidade e sua categoria ainda não apresenta uma renovação tão iminente", explicou Wilson.

O judoca, que chegou aos treinamentos na última segunda-feira com 96kg – seis quilos acima do permitido em sua categoria –, acatou a dispensa com serenidade. "Neste momento, a CBJ pensou mais em mim do que eu mesmo. Tomaram uma decisão que talvez eu não tivesse coragem para tomar", explicou o judoca, prata na Olimpíada de Sydney (2000) e bronze no Mundial de Osaka (2003). "Sei do valor que tem um atleta de ponta na equipe e minha má fase poderia comprometer o grupo. É como um craque em mau dia no futebol. Se ele não decide, o time sente", disse Honorato, que alegou estar acima do peso em virtude de uma gripe.

No entanto, os seis quilos a mais levou o atleta a lutar na categoria meio-pesado nos Jogos Regionais, realizado no mês passado na Praia Grande. O técnico do Imes/ São Caetano, Mário Tsuitsui, não conseguiu esconder a decepção com o afastamento de Honorato. "Ele não estava bem, mas acho que poderia ter tido a mesma atitude da Edinanci. Ela foi sincera e reconheceu que não teria condições de ir ao Mundial. A dispensa servirá para que o Honorato pense melhor em suas atitudes", concluiu Tsuitsui.