O vice-ministro da Economia do Uruguai, Alvaro Rossa, e o ex-diretor do Tesouro francês Jean Pierre Jouyet, que assessora atualmente o ministro da Economia, Nicolas Sarkozy, serão os encarregados de selar esse acordo para o qual Paris dedicará 5 milhões de euros (US$ 6 milhões).

No total, a filial do instituto Pasteur custará cerca de 30 milhões de euros nos próximos dez anos, financiados entre o governo francês, o Executivo uruguaio, organismos de cooperação internacional como o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), cujo presidente, Enrique Iglesias, assistirá ao fechamento do acordo na terça-feira, e os próprios recursos que a instituição vai gerar.

A escolha do Uruguai como sede do 25º instituto Pasteur do mundo e do primeiro da América Latina, "garante a Paris uma renovada presença na região" que se faz mais visível na administração da Guiana e de Guadalupe. "O Uruguai tem uma posição geopolítica estratégica, por situar-se entre os gigantes Argentina e Brasil, goza de uma estabilidade política e econômica e se caracteriza por respeitar os compromissos assumidos e possuir um alto nível educativo", explicou Rossa.

Segundo o vice-ministro, em novembro serão estabelecidos, em Punta del Este, os estatutos jurídicos do instituto Pasteur de Montevidéu e, no dia 9 de dezembro, será colocada a pedra fundamental do edifício na presença do diretor-geral do Pasteur, Philippe Kourilsky. A construção será concluída em 2006 em um terreno da Faculdade de Ciências da capital uruguaia.

Criado em 1887 pelo governo francês, o Instituto Pasteur de Paris é um centro de referência mundial nos estudos de microbiologia, patologias infecciosas e imunologia.

A criação de uma filial em Montevidéu, uma idéia que começou a tomar forma em 2001, satisfaz a um duplo interesse: o dos países que integram o Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, mais associados) e o do próprio instituto francês.

"O projeto de lei para a criação de um Instituto Pasteur em Montevidéu foi aprovado por unanimidade nas duas câmaras em julho deste ano. Em 15 dias a lei estava promulgada pelo presidente. Foi um exemplo de união política no Uruguai", comemorou Rossa, destacando que é "uma excelente porta de entrada para que a França reforce sua presença em toda a América Latina".

Para os responsáveis uruguaios, esse projeto é um acontecimento histórico para o país, já que possibilitará o acesso às mais altas tecnologias, que permitirão passar da medicina clínica à medicina molecular, "mas sempre com os valores e o humanismo que caracterizam o instituto Pasteur".