Setecidades Titulo Saúde
Dengue avança no Grande ABC

Região registrou 1.122 casos até outubro,
quase seis vezes mais que em 2013 inteiro

Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
12/11/2014 | 07:00
Compartilhar notícia
Orlando Filho/DGABC


A região registrou, até o fim de outubro, 1.122 casos autóctones (contraídos aqui) de dengue. O número é quase seis vezes maior se comparado aos 12 meses de 2013, quando houve 196 infectados.

Entre as cidades, São Bernardo foi a que teve o maior aumento: registrou 95 pacientes contaminados em 2013 e 489 neste ano. Em Diadema, o número passou de 51 para 363; Santo André, de 39 para 239; São Caetano, de 11 para 26; e Mauá, de nenhum para cinco. Em Ribeirão Pires não houve nenhum caso contraído no município e Rio Grande da Serra não enviou os números.

Segundo a coordenadora de combate à dengue e à febre chikungunya do Estado de São Paulo, Nilce Helena de Paula Kezh, o avanço da doença não é normal. “No fim do ano e início de janeiro a transmissão costuma se elevar muito. Já de setembro a outubro, o número tende a ser baixo ou até zerado. Neste ano, porém, o que temos percebido é uma manutenção no segundo semestre um pouco acima do esperado que, se não for controlada, vai prejudicar em janeiro, quando começa o período das chuvas mais intensas.”

De acordo com Nilce, o aumento pode ter relação com o clima. “Já é o segundo ano que temos essa situação, o que é explicado pelo calor e poucas chuvas. Atualmente, chove mas não esfria, e esse tempo abafado cria uma situação ideal para a proliferação dos mosquitos”, explicou.

Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, não houve nenhum registro de febre chikungunya contraída no Estado. Santo André tem o primeiro caso da doença confimado no Grande ABC, de uma pessoa que pegou o vírus durante viagem para o Panamá e a República Dominicana. Também há quatro em investigação. Os outros municípios não apresentaram nenhum registro.

Conforme explicou o professor responsável pela disciplina de Infectologia da Faculdade de Medicina do ABC, Hélio Vasconcellos Lopes, a diferença entre os sintomas das duas doenças são as dores nas articulações. “A dengue é como se fosse uma gripe mais intensa e prolongada, então, muitas vezes não é possível fazer o diagnóstico clínico, havendo necessidade de exame. Já a chikungunya, além da febre, traz fortes dores nas articulações, que chamamos de artralgia.”

Conforme Lopes, o tratamento para ambas as doenças consiste em remédios para controlar os sintomas. “Isso porque elas são transmitidas por vírus e não há medicamento específico”, disse.

AÇÕES

As prefeituras já estão intensificando o combate ao mosquito Aedes aegypti. Santo André e São Bernardo farão uma ação em conjunto. No dia 17, às 9h, o evento será na Rua São Tomás de Moura, esquina com a Rua dos Vianas.

Em São Bernardo, haverá caminhada no dia 19, no mesmo horário, com concentração na EE Palmira Grassioto Ferreira da Silva, na Rua Almeida Leme.

No dia 18, em Diadema, será realizado mutirão contra a dengue na região do Núcleo Habitacional Naval para sensibilização dos moradores e incentivo do descarte de potenciais criadouros do mosquito, como pratinhos de plantas, pneus, potes, entre outros.

Mauá informou que na próxima semana haverá uma intensificação de ações preventivas na região do Jardim Santa Lídia.

Em Ribeirão, apesar de não haver nenhum caso contraído no município, no dia 29 serão realizadas ações na Praça Central da cidade.  

Secretaria da Saúde realiza encontro sobre o assunto hoje

A Secretaria de Saúde do Estado realiza hoje, entre 11h e 13h, o evento Novos e velhos desafios: o Estado de São Paulo prepara ações para o enfrentamento da dengue e chikungunya. Com a presença de representantes estaduais e federais, a discussão será sobre o panorama da doença em todo o mundo.

“Essa reunião é para, principalmente, sensibilizar os gestores no combate ao Aedes aegypti nesta época. Isso porque geralmente as pessoas esquecem o controle e a prevenção, e essa é a melhor fase do ano para combater e evitar que o mosquito se prolifere”, explicou a coordenadora Nilce Helena de Paula Kezh.

A melhor forma de combater a doença é a prevenção, segundo o infectologista Hélio Vasconcellos Lopes. “Deve-se evitar latas vazias, pneus jogados, vasos e ter cuidado até com piscinas.”




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;