Setecidades Titulo Crise hídrica
Maioria economiza
água no Grande ABC

Levantamento feito pela Sabesp revela que
75% dos clientes reduziram consumo em abril

Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
16/05/2014 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


Balanço divulgado ontem revelou que 75% dos consumidores do Grande ABC atendidos pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) reduziram o consumo de água. Os dados se referem ao primeiro mês de concessão de bônus na conta para os clientes que economizassem o recurso, iniciado em 1º de abril. As informações são do superintendente da Unidade de Negócio Sul da companhia, Roberval Tavares de Souza.

Na região, a Sabesp é responsável pela gestão do saneamento em São Bernardo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. Juntas, essas cidades somam cerca de 437 mil unidades consumidoras, segundo a companhia. Ou seja, cerca de 327 mil obtiveram economia.

De acordo com Souza, 35% dos clientes atingiram a meta de redução de 20% do consumo e foram contemplados com 30% de desconto na fatura. Outros 40% conseguiram baixar o consumo, mas não o suficiente para conquistar o abatimento.

“As contas que foram distribuídas após o dia 4 de maio já têm o desconto”, frisou Souza.
Indagado se algum município teve maior adesão, o superintendente disse que todos estão “equilibrados” e a expectativa é que o apoio da população à medida cresça. “Com certeza os 40% que conseguiram reduzir o consumo vão, no próximo mês, diminuir mais um pouco e conseguir atingir a meta. Acreditamos que todo mundo, nos próximos 60 dias, estará colaborando”, falou.

O bônus foi adotado em fevereiro, inicialmente como incentivo para os clientes da Sabesp abastecidos pelo Sistema Cantareira. O resultado no primeiro mês foi próximo ao alcançado pelo Grande ABC: 76% dos consumidores diminuíram o uso, sendo que 37% obtiveram desconto.

Na região, a professora Isabel Cristina Ferro, de Rio Grande da Serra, está fazendo a sua parte. “Guardamos a água das roupas lavadas para lavar o quintal e também a utilizamos no banheiro, assim economizamos nas descargas. E no banho levo comigo meu netinho, de 5 meses, para uma ducha rápida”.

A instrutora de trânsito Egle Munhoz, 48 anos, de Ribeirão Pires, há tempos já faz uso da água de maneira consciente e tem fortalecido as ações.

“Lavo roupa apenas uma vez na semana e faço um só enxágue. A louça lavo toda para depois enxaguar, também de uma só vez. O quintal, como é ardósia, recolho no saquinho as fezes da cachorra e limpo o chão com lencinho umedecido”, contou, acrescentando: “Lavar o carro, nem pensar. Esses dias meu veículo pifou na Via Anchieta e o rapaz do guincho colocou na guia de transporte: ‘veículo sujo, sem condições de verificar possíveis riscos’”, disse, aos risos.

Sítio Joaninha terá água encanada antes do Natal

Há pelo menos 20 anos, cerca de 5.000 moradores do loteamento Sítio Joaninha, consolidado em área de manancial, em Diadema, tem acesso à água uma vez por semana, por meio de caminhão-pipa. A situação, no entanto, deve mudar ainda neste ano. Ontem, o prefeito Lauro Michels (PV) e o superintendente da Unidade de Negócio Sul da Sabesp, Roberval Tavares de Souza, anunciaram que as obras para abastecimento da área terão início no dia 8. “Será um dia histórico para Diadema”, disse Michels.

Souza explicou que serão instalados cerca de 5.000 metros de rede de distribuição de água, atendendo a todos os imóveis, cada um com seu relógio de medição. “Teremos ainda estação de bombeamento para os pontos mais altos”, descreveu. O investimento de R$ 1, 2 milhão faz parte do plano de investimento da Sabesp, que retomou a gestão do saneamento na cidade em 31 de março, substituindo a autarquia municipal Saned (Companhia de Abastecimento de Diadema).

A meta é que as conexões estejam totalmente prontas até o início de dezembro. “A gente começa a obra e, após 90 dias, começaremos a fazer as ligações. Isso para que, antes do Natal, todo mundo tenha sua água ligada”, afirmou o superintendente.

A presidente da Associação de Moradores do Sítio Joaninha, Clarice Pita dos Santos, 51 anos, lembra dos momentos difíceis que a comunidade já enfrentou. “Chegamos a ficar mais de 20 dias sem água quando chovia e o caminhão- pipa não conseguia chegar.”

Agora, começa a contagem regressiva para a chegada da água nas torneiras. “Vamos contar os dias”, disse o aposentado Raimundo Lima de Araújo, 58, morador há mais de 20 do local.  




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