O prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT), empolgou-se com a presença de vários vereadores, durante entrega de série de serviços, reformas e adequações no CHM (Centro Hospitalar Municipal), na semana passada. Os parlamentares não estavam comparecendo às atividades do Paço, salvo um ou outro mais próximo do chefe do Executivo. Mas pouco mais de uma dezena deles num único ato foi o suficiente para o petista dizer que se sentia feliz e tinha orgulho em ter a Câmara nas mãos. Mas não é bem assim que as coisas funcionam. Grana tem 13 dos 21 vereadores na base de sustentação. É maioria, mas não absoluta (14) que precisa para aprovar projetos importantes que necessitam de dois terços da Casa. Os outros oito parlamentares são independentes ou de oposição declarada. Mas o prefeito não se incomoda com isso. Tem dito que teve avalizadas todas as suas 70 proposituras pelo Legislativo no ano passado. A declaração de ter apoio irrestrito da Câmara não caiu bem para alguns. Mais um fato para a conturbada relação entre vereadores e prefeitos, que se disseminam cada vez mais pelas cidades do Grande ABC.

Boicote

Se Carlos Grana (PT), de Santo André, tem dificuldade com a Câmara, mas apesar disso vê a situação com otimismo, o mesmo não pode ser avaliado por Luiz Marinho (PT), de São Bernardo. Vereadores da bancada de situação que não são do PT têm boicotado atividades institucionais do governo, principalmente as reuniões preparatórias do OP (Orçamento Participativo).

Aviso prévio

Informação que corre nos corredores do Paço e da Câmara de São Bernardo: a secretária de Educação, Cleuza Repulho (PT), deve deixar o posto em 45 dias. Já tem vereador de olho na cadeira. Inicialmente a estratégia era mantê-la no cargo, mesmo com as acusações de desvio de R$ 4 milhões na compra de tênis e mochilas escolares.

Exceção

Osvaldo Camargo (PPS) votou a favor das contas do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT). Foi o único oposicionista a seguir parecer do TCE (Tribunal de Contas do Estado) que avalizou, com ressalvas, os gastos do exercício de 2011 do petista, terceiro ano do primeiro mandato. O restante da bancada contrária à gestão se absteve.

Quase parando

Ainda engatinhando, a Comissão da Verdade na Câmara de São Bernardo foi prorrogada por 180 dias. Apenas dois depoimentos foram colhidos, contando com a explanação, ontem, do ex-prefeito Maurício Soares (PT), que foi advogado do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC no auge da ditadura militar. Ele havia adiado seu depoimento algumas vezes.