“Precisamos ter um mapeamento político permanente porque, muitas vezes, os problemas locais interferem na atitude do parlamentar em nível nacional”, destaca o líder do governo no Senado, Aloízio Mercadante (SP). “O esforço que estamos fazendo é para nacionalizar a política, tratar os problemas das disputas regionais como locais e não como nacionais.”
Na avaliação de Mercadante, a força dos interesses eleitorais deverá ser sentida mais fortemente na Câmara do que no Senado, já que muitos deputados serão candidatos a prefeito.
Cenários – No Palácio do Planalto, os governadores tucanos Geraldo Alckmin (São Paulo) e Aécio Neves (Minas Gerais), além do pemedebista Germano Rigotto (Rio Grande do Sul), já são apontados como os que mais deverão atuar contra o governo daqui para frente. Na prática, Alckmin e Aécio são pré-candidatos potenciais à eleição presidencial de 2006. Já Rigotto é visto como problema por causa do cenário político do Rio Grande do Sul, onde conseguiu desbancar a hegemonia petista ao derrotar o secretário especial do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, Tarso Genro.
Não foi à toa que os pemedebistas gaúchos defenderam a tese da independência nas negociações para decidir se o partido iria apoiar o governo Lula. Também não foi por acaso que os caciques do PMDB fizeram questão de deixar claro que o apoio ao governo será dado na aprovação das reformas.
No front do PSDB, o tiroteio deverá ficar mais explícito nas próximas semanas. Os líderes tucanos querem ocupar mais espaço e dividir a mídia. “Nota-se uma avalanche de Lulamania e vamos disputar mais espaço”, diz o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM). Ele não esconde os interesses eleitorais que estão em jogo nas votações do Congresso. “Temos uma competição no curto prazo com o PT e vamos fazer alianças que nos fortaleçam em 2004, sempre olhando para 2006”, anuncia.
A estratégia dos tucanos será intensificar as críticas aos pontos considerados falhos no governo e cobrar os avanços prometidos na campanha. “Já começamos a nos posicionar, sim, e vamos cobrar mais”, garante o senador Tasso Jereissati (CE).
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