Política Titulo
Eleições de 2004 põem o governo em alerta
31/05/2003 | 18:53
Compartilhar notícia


Cinco meses depois da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governo se prepara para uma nova relação com o Congresso. De olho nas eleições municipais do ano que vem, a tropa de choque governista já começa a identificar um movimento de oposição que deverá se transformar em bombardeio nos próximos meses e se articula para amenizar o impacto dos possíveis estragos. “Já detectamos algumas movimentações e também estamos fazendo as nossas. O importante é que, se for para ter guerra, que seja depois da aprovação das reformas”, afirma um ministro de Lula.

“Precisamos ter um mapeamento político permanente porque, muitas vezes, os problemas locais interferem na atitude do parlamentar em nível nacional”, destaca o líder do governo no Senado, Aloízio Mercadante (SP). “O esforço que estamos fazendo é para nacionalizar a política, tratar os problemas das disputas regionais como locais e não como nacionais.”

Na avaliação de Mercadante, a força dos interesses eleitorais deverá ser sentida mais fortemente na Câmara do que no Senado, já que muitos deputados serão candidatos a prefeito.

Cenários – No Palácio do Planalto, os governadores tucanos Geraldo Alckmin (São Paulo) e Aécio Neves (Minas Gerais), além do pemedebista Germano Rigotto (Rio Grande do Sul), já são apontados como os que mais deverão atuar contra o governo daqui para frente. Na prática, Alckmin e Aécio são pré-candidatos potenciais à eleição presidencial de 2006. Já Rigotto é visto como problema por causa do cenário político do Rio Grande do Sul, onde conseguiu desbancar a hegemonia petista ao derrotar o secretário especial do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, Tarso Genro.

Não foi à toa que os pemedebistas gaúchos defenderam a tese da independência nas negociações para decidir se o partido iria apoiar o governo Lula. Também não foi por acaso que os caciques do PMDB fizeram questão de deixar claro que o apoio ao governo será dado na aprovação das reformas.

No front do PSDB, o tiroteio deverá ficar mais explícito nas próximas semanas. Os líderes tucanos querem ocupar mais espaço e dividir a mídia. “Nota-se uma avalanche de Lulamania e vamos disputar mais espaço”, diz o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM). Ele não esconde os interesses eleitorais que estão em jogo nas votações do Congresso. “Temos uma competição no curto prazo com o PT e vamos fazer alianças que nos fortaleçam em 2004, sempre olhando para 2006”, anuncia.

A estratégia dos tucanos será intensificar as críticas aos pontos considerados falhos no governo e cobrar os avanços prometidos na campanha. “Já começamos a nos posicionar, sim, e vamos cobrar mais”, garante o senador Tasso Jereissati (CE).




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;