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Vice-governador Rodrigo Garcia abre discussão sobre auxílio ao Nardini, em Mauá

Tucano diz que aporte ao hospital entrará em debate sobre reorganização no pós-Covid

Raphael Rocha
30/05/2021 | 07:07
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Celso Luiz/DGABC


Vice-governador do Estado e secretário paulista de Governo, Rodrigo Garcia (PSDB) deixou aberta a possibilidade de estudo para retomar aporte para o custeio do Hospital de Clínicas Doutor Radamés Nardini, em Mauá. Atualmente, o Palácio dos Bandeirantes chegou a contribuir com R$ 1 milhão dos R$ 9 milhões consumidos pelo equipamento mensalmente.

Ao Diário, Garcia considerou que comitê estadual foi montado para avaliar a demanda reprimida de atendimentos pós-pandemia de Covid-19. Tanto que boa parte de estruturas adicionais instaladas pelo Estado deve continuar para absorver pacientes com outras doenças e que tiveram seus tratamentos interrompidos pela crise sanitária do novo coronavírus. Dentro do planejamento, há espaço para debater a situação do Hospital Nardini.

“O Estado está olhando e vai estabelecer, junto com a equipe técnica, as prioridades. Estabelecer onde temos de investir, onde demos de abrir equipamentos. Na questão do Nardini, é olhar e saber se teremos condições de fazer aporte adicional diante da redistribuição dessas demandas. O essencial é pensar em rede, fazer a distribuição equilibrada. Consórcio (Intermunicipal do Grande ABC) terá papel fundamental em nos ajudar nisso. Passar a pandemia a gente precisará focar no atendimento à saúde, em especial na demanda reprimida”, comentou o tucano.

O governo paulista passou a auxiliar o custeio do Hospital Nardini no começo dos anos 2010, diante do risco de colapso financeiro da Prefeitura de Mauá. O governo mauaense argumenta que a unidade hospitalar tem caráter regional, uma vez que acolhe usuários também de Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, mas as despesas são arcadas exclusivamente pelo município. Em todas as vezes que houve debate aprofundado sobre a chance de impulsionar o aporte estadual para o equipamento, a administração paulista argumentava não ter capacidade financeira. Mauá diz agora que desde dezembro de 2019 não há mais ajuda do Estado ao Nardini.

Garcia foi mais assertivo acerca de apoio para que a Prefeitura de Ribeirão Pires conclua o Hospital Santa Luzia. A obra teve início em 2008, no último ano da primeira passagem de Clóvis Volpi (PL) pela administração local. Volpi retornou à cadeira de prefeito sem que a estrutura fosse concluída. A gestão do liberal estima ser necessário envio de R$ 10 milhões para finalizar o equipamento.

“Estamos com programa de apoio aos municípios em diversos hospitais. Cito aqui o hospital em Ribeirão Pires. Temos mais ou menos 15 como esses espalhados pelo Estado e queremos apoiar os municípios para retomar e concluir essas obras”, comentou. “E, no Grande ABC, podemos pensar em uma estrutura robusta com o (Hospital Estadual) Mário Covas (em Santo André), com as novas estruturas abertas em São Bernardo (o Hospital de Urgência e o Hospital Anchieta), e a futura unidade em Ribeirão Pires.”

“Vamos ter de virar a chave. Muitos hospitais foram abertos no período de pandemia exclusivo para tratamento de Covid. Virou tudo Covid. Passado o período mais agudo da pandemia, esperamos que no meio do segundo semestre, você vai precisar atender demanda reprimida. Temos equipe apartada da pandemia observando essas demandas reprimidas para atender rapidamente”, finalizou Garcia.´

Prefeitura afirma que recurso deixou de ser transferido desde fim de 2019

A Prefeitura de Mauá reclamou que o governo do Estado deixou de aportar recursos para ajudar a custear o Hospital de Clínicas Doutor Radamés Nardini desde dezembro de 2019, a despeito de o equipamento ter “importância regional”.

“A Prefeitura entende que o Hospital Nardini é uma importante referência regional, assim como o Hospital Mário Covas, de Santo André e o Hospital Serraria, em Diadema. Apesar do equipamento ser municipal, atende pacientes não apenas de Mauá, mas também de cidades vizinhas e próximas como Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, Suzano e Zona Leste da Capital, sem contar as ocorrências nos trechos do Rodoanel que cortam o município (Leste e Sul). Além do mais, a situação financeira da cidade é delicada, o que pode prejudicar os investimentos no local”, pontuou o governo Marcelo Oliveira (PT).

Em Ribeirão, a gestão de Clóvis Volpi (PL) consentiu que faltam poucos detalhes para que convênio com o Palácio dos Bandeirantes seja assinado para conclusão do Hospital Santa Luzia. “A Secretaria de Assuntos Jurídicos está fazendo adequações no projeto para se adaptar às exigências do Estado”, informou.

Pelas projeções do governo do liberal, o equipamento ficará pronto em 18 meses a partir da retomada das obras – passo que ainda não tem prazo para acontecer. “Serão realizadas cirurgias de pequeno e médio portes, amparando melhor a nossa população e deixando o município um pouco menos dependente de vagas no sistema estadual (de Ambulatórios Médicos de Especialidades e dos Hospitais Mário Covas, Serraria e Heliópolis)”, completou a Prefeitura de Ribeirão. O Paço solicitou R$ 10 milhões para que as intervenções sejam concluídas. 




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