Até agora o amável Téo de Tony Ramos não conhece o verdadeiro motivo que levou a Helena de Christiane Torloni a pedir a separação. Não conhece porque, como boa parte dos homens que vivem com a cabeça na lua, é incapaz de perceber as insistentes trocas de olhares dela com o sedutor César de José Mayer. Sem enxergar o óbvio, o saxofonista quase pede para ser traído. Já o elegante médico é apenas a mais recente versão daquilo que Maneco diagnosticou como “efeito José Mayer”. O ator agrada, ao mesmo tempo, mulheres das mais diversas faixas etárias. Na fantasia feminina – assim como nas histórias do autor –, ele virou o ícone do homem desejável. Ou seja, na posição oposta a Téo, o charmoso César é um convite à traição.
Pior que Téo na arte de enxergar o óbvio só mesmo o bonitão Cláudio de Érik Marmo. O rapaz propaga aos quatro ventos sua paixão pela virgem Edwiges de Carolina Dieckmann e considera absurdo os ciúmes que ela sente da voluptuosa Gracinha de Carol Castro. Como o inocente Adão, antes de dar ouvidos às idéias de Eva e provar o fruto proibido, Cláudio não repara que a moça que desfila de shortinho, prepara sanduíches e deita com ele na cama para ver TV quer algo mais do que cultivar uma amizade de infância. Quando ele descobrir a pólvora, aí sim Edwiges terá bons motivos para sentir-se insegura.
Só que ninguém entende mais de ciúmes e escândalos que a Heloísa de Giulia Gam. A vítima, obviamente, é o marido Sérgio de Marcelo Antony. O moço passa boa parte da novela trajando uma insinuante sunguinha e paquerando as vizinhas, mas não passa disso. Já a mulher é capaz das maiores cenas. Como deu várias demonstrações de que é louca de pedra, o partidão resolveu pedir a separação. Para os mais íntimos, porém, confessa que ama a esposa enciumada. Fica então a dúvida de quem é o mais doido.
Fama de maluco, pelo menos, quem tem é o violento Marcos, interpretado de forma mais que convincente por Dan Stulbach. O ex-marido da professora Raquel de Helena Ranaldi chegou para atazanar a vida da bela, e contrastar com o jovem e franzino Fred de Pedro Furtado. A trama segue a lógica dos típicos filmes norte-americanos em que a mulher tenta fugir do marido obsessivo, violento e perigoso. A diferença é que Raquel ainda é apaixonada pelo moço de olhos claros e voz macia. Para completar, Dan é a cara do Tom Hanks.
O assustador Marcos é um tipo que, a princípio, não parece ser facilmente manipulável pelas mulheres da trama. Mas, como Manoel Carlos sempre guarda suas surpresas para o próximo capítulo, ainda é cedo para dizer. Pelo menos, o ator ocupa uma posição mais confortável que Rafael Calomeni, na pele do rústico Expedito. Logo de cara, o bonitão foi laçado pela poderosa Lorena – mais um papel de Suzana Vieira como ela mesma. A patroa tratou de transformar seu visual, iniciá-lo na carreira de modelo e moldá-lo ao seu bel-prazer. Até agora, o moço não dá sinais de que pretende dar o grito de independência. Nas cenas em que aparecem juntos, Expedito fala duas palavras, sorri e beija namorada. Precisa mais?
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