Política Titulo São Bernardo
Alckmin decreta fim do museu e endossa Fábrica de Cultura

Governador e pré-candidato do PSDB enterra plano petista ao autorizar outra unidade no local

Fábio Martins e Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
28/03/2018 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


Em agenda ontem em São Bernardo e prestes a deixar o comando do Palácio dos Bandeirantes, o governador de São Paulo e pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, deu aval para que uma unidade da Fábrica de Cultura seja erguida no prédio em que seria instalado o Museu do Trabalho e do Trabalhador, no Centro.

A confirmação foi dada depois de o prefeito Orlando Morando (PSDB) solicitar a troca publicamente ao governador. “O nome popular que foi dado (ao projeto) é Museu do Lula. Não é por uma questão partidária, muito menos pela pessoa dele, é que entendo que a melhor forma de homenagear um trabalhador é atendendo bem o filho dele e a Fábrica de Cultura é o melhor equipamento de Cultura que pode ter. Nos ajude a transformar aquele que era para ser museu do Lula na Fábrica de Cultura. O prédio está pronto, o senhor não vai pagar a conta sozinho, eu ajudo a equipar”, pleiteou Morando.

Alvo de investigação, o museu foi idealizado pelo ex-prefeito petista Luiz Marinho (2009-2016) e tinha como principal plano homenagear, entre outras figuras, a história do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu padrinho político e morador da cidade. No ano passado, a Justiça Federal aceitou denúncia do MPF (Ministério Público Federal), no âmbito da Operação Hefesta, contra Marinho e outras 15 pessoas, por suspeitas de diversas irregularidades na construção do museu, entre fraudes na licitação e desvios de recursos na ordem de R$ 7,9 milhões. Entre os denunciados estão Alfredo Buso, ex-secretário de Obras, Osvaldo de Oliveira Neto, ex-secretário de Cultura, Sérgio Suster, ex-funcionário do setor de Obras, e José Cloves (PT), ex-vereador e ex-secretário de Serviços Urbanos da gestão Marinho. O ex-prefeito nega as irregularidades.

Desde que assumiu o Paço, Morando tem buscado enterrar o projeto do museu para, no lugar, viabilizar a Fábrica de Cultura. O aval de Alckmin, porém, não garante que a troca seja efetivada, uma vez que a administração tucana ainda aguarda permissão da Justiça Federal para modificar o projeto. Com MPF e Ministério da Cultura, a Prefeitura assinou, no ano passado, TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) para término das obras e troca do equipamento. “A gente faz uma parceria para ter também uma Fábrica de Cultura, promoção da Educação e Cultura em São Bernardo. Está garantido. Ele (Morando) vai nos dar o prédio, vamos fazer uma parceria e iremos instalar”. frisou Alckmin, horas antes de inaugurar a unidade da Fábrica da Cultura em Diadema, a primeira fora da Capital.

O governador, entretanto, não especificou prazos para que o equipamento em São Bernardo seja entregue. “A Prefeitura tem que fazer acordo com o Ministério Público, levantar recursos, terminar o prédio, equipar e a gente contrata a OS (Organização Social, que vai gerir o equipamento)”, disse. (colaborou Vanessa de Oliveira)


Tucano atrela Linha-18 a privatizações

Sem avanços junto à União para conseguir emplacar o início das obras da Linha 18-Bronze, que ligaria o Grande ABC à Capital, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) deu ontem, de novo, alternativas para financiar a primeira etapa do projeto: custear as desapropriações com o lucro que o Palácio dos Bandeirantes teria com a privatização da Cesp (Companhia Energética de São Paulo) e com a capitalização da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), por meio da criação de uma holding que controlaria a estatal. “Temos várias questões bem encaminhadas. É uma questão estritamente financeira, porque não conseguimos recurso federal e dependemos de recursos para poder tocar”, projetou o governador, ao emendar que a prioridade tem sido a entrega de linhas e estações do Metrô. “Se garantirmos os recursos, iniciaremos a Linha-18. Neste ano é possível? Se tivermos os recursos, é possível”, disse.

Não é a primeira vez que o governo paulista altera as estratégias para tentar tirar do papel a Linha 18. Além de aguardar autorização do Cofiex (Comissão de Financiamento Externo), órgão vinculado ao Ministério do Planejamento, para obtenção de crédito externo para bancar a primeira etapa do projeto, o Palácio dos Bandeirantes chegou a cogitar empréstimos a bancos nacionais. 




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