Economia Titulo Mercado imobiliário
Preços dos imóveis voltam a cair na região

Custo do metro quadrado de apartamentos já registra queda real pelo 7º mês em São Caetano

Por Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
03/06/2015 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


Os preços de venda dos imóveis no Grande ABC tiveram nova queda real, ou seja, subiram abaixo da inflação, em maio, aponta pesquisa realizada pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), em parceria com o portal Zap Imóveis. Entre as três cidades da região que constam no Índice FipeZap, Santo André, São Bernardo e São Caetano, nesta última já é o sétimo mês seguido de retração, na comparação com mesmo mês de 2014. Em Santo André, é o quinto e em São Bernardo, o quarto mês consecutivo.

Enquanto a inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) deve atingir 8,27% nos 12 meses terminados em maio (de acordo com projeções feitas por analistas e coletadas no Boletim Focus, do Banco Central), na média de 20 cidades pesquisadas o metro quadrado dos apartamentos (novos e usados) anunciados pela internet subiram 4,91%.

Na região, São Bernardo teve aumento médio de 7,05%; Santo André, 6,80%; e São Caetano, 4,37%, ou seja, todas ficaram abaixo da taxa inflacionária. Nesses municípios, o metro quadrado atualmente, em média, custa, respectivamente, R$ 4.982, R$ 4.704 e R$ 5.691.

Nesse cenário de taxa inflacionária elevada e demanda retraída, por causa dos receios do consumidor em entrar em financiamento, o valor do metro quadrado tende mesmo a ficar abaixo do índice do custo de vida, afirma o economista da Fipe Raone Costa. Ele acrescenta que, para quem tem recursos guardados para adquirir um imóvel, o momento pode ser interessante. “Só não se sabe se esse movimento de queda de preços vai continuar, mas é melhor comprar hoje do que no ano passado”, diz.

Ele acrescenta que mercados como o imobiliário e a indústria automobilística, que cresceram muito nos últimos anos, agora vivem momento de baixa. “É natural, a economia é cíclica”, afirma.

Além do cenário econômico de retração, altas de juros e medidas de restrição às compras de imóveis usados – a Caixa Econômica Federal reduziu recentemente o percentual financiável nessas aquisições, de 80% para 50% – colaboram para reduzir os preços dos imóveis, avalia o delegado do CreciSP (Conselho Regional de Corretores de Imóveis no Estado de São Paulo) no Grande ABC, Alvarino Lemes. Ele avalia, no entanto, que as vendas de apartamentos devem melhorar no segundo semestre.

O economista da Fipe, por sua vez, considera que a medida da Caixa reflete a situação da economia, em que, por causa da alta dos juros, a poupança – que é fonte de recursos do financiamento imobiliário – está menos rentável e, por isso, tem havido uma fuga de investidores para outras aplicações. Costa não prevê mudança nesse movimento de baixa de preços no curto prazo.   




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