Política Titulo Braços Cruzados
Em 3º dia, servidores decidem manter greve em São Bernardo

Categoria continua de braços cruzados em assembleia que reúne 3.000 pessoas no Centro; sindicato acusa governo Luiz Marinho de coação

Por Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
16/05/2015 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


O funcionalismo de São Bernardo realizou ontem assembleia em que definiu pela continuidade da greve, que completou seu terceiro dia. Sob orientação do Sindserv (Sindicato dos Servidores Públicos), cerca de 3.000 grevistas aprovaram sequência na paralisação em ação realizada na Praça Santa Filomena, no Centro, depois de sucessivas passeatas de manifesto no período da manhã pelos arredores do Paço.

Segundo o presidente do Sindserv, Giovani Chagas, a novidade que marcou o dia foram ameaças que servidores relataram ter recebido do governo do prefeito Luiz Marinho (PT). O dirigente detalhou que integrantes da administração enviaram mensagens de “retaliação” aos grevistas. “Pessoas da Prefeitura começaram a falar que quem aderir à greve vai ter seus dias de trabalhos descontados, entre outras coisas. Avisei a todos que o momento é de tranquilidade e que vamos lutar para que os direitos sejam mantidos”, contou Chagas.

Na quarta-feira, os servidores de São Bernardo iniciaram greve após não receberem proposta de reajuste salarial para a categoria neste ano. A classe reivindica 12,54%, sendo que 8,04% são referentes à reposição inflacionária, baseada no ICV (Índice de Custo de Vida), apontado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). O restante é de ganho real.

Procurada pelo terceiro dia, a administração ignorou os questionamentos sobre a paralisação, no entanto, conforme o Diário apurou, os setores mais críticos seguem a Educação, Saúde e GCM (Guarda Civil Municipal).

“Houve também uma ascensão em áreas administrativas de algumas secretarias. O governo segue não nos procurando para abrir diálogo, nos deixando com a certeza pela sequência dos protestos”, adicionou o dirigente.

Na semana passada, secretários do governo Marinho se reuniram com a categoria, mas, após duas horas de encontro não apresentaram proposta de acréscimo, apenas balancetes do quadro financeiro referente ao quadrimestre. Ficou a promessa de que os números sobre majoração salarial seriam detalhados em debate do dia 28. O impasse foi o estopim para o Sindserv reunir funcionalismo e decretar início da paralisação geral, por tempo indeterminado.

Para hoje, a categoria definiu que as ações irão se concentrar em panfletaço, de maneira descentralizada, e buscando informar a sociedade civil. As passeatas voltarão a ocorrer na segunda-feira, a partir das 8h, em local a ser definido.

“Nosso ato começou muito bem, no Riacho Grande, estamos registrando crescimento nos equipamentos de Saúde. Por isso, precisamos conscientizar toda a população do que está havendo e as justificativas. Reitero: nosso objetivo é encerrar a greve, porém o governo segue resistente em nos procurar”, acrescentou Chagas.




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