Política Titulo Reta final
Na Capital, Lula pede a militantes não aceitarem provocação

Ex-presidente faz carreata no Centro de São Paulo, evita discurso no microfone, porém orienta eleitorado a ‘brigar’ pela causa petista

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
25/10/2014 | 07:00
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Orlando Filho/DGABC


Em carreata, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez ontem atividade eleitoral no Centro de São Paulo pró-campanha de sua afilhada política, Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição ao Palácio do Planalto, e pediu aos simpatizantes do partido não aceitarem provocação nesta reta final do páreo. “Vamos mostrar que a nossa briga não é defesa de uma pessoa, mas de uma causa, projeto”, disse o líder do petismo rapidamente, em menos de um minuto, antes de deixar o evento na tentativa de mobilizar a militância – cerca de 3.000 pessoas compareceram ao ato.

Devido a impedimentos da legislação eleitoral, Lula evitou discurso no microfone em cima do caminhão de som, que percorreu desde a Praça do Patriarca, ao lado da prefeitura paulistana, até a Praça da Sé. “Converse com o namorado e com o vizinho para domingo darmos show de democracia”, sintetizou o ex-presidente, sem pedir voto para a correligionária, acompanhado dos prefeitos petistas Fernando Haddad (São Paulo), Carlos Grana (Santo André) e Luiz Marinho (São Bernardo), senador Eduardo Suplicy (PT) e o mandatário estadual do petismo, Emidio de Souza.

No trajeto, os coordenadores da atividade exploraram somente jingles de campanha. Por conta do excesso de pessoas que tentavam chegar perto de Lula em alguns momentos, houve início de tumulto. Lula demonstrou animação durante o percurso. Ele, inclusive, pulou diversas vezes no carro quando incitado por cântico mencionado por petistas. “Quem não pula é tucano”, entoava a militância. No horário da atividade, Dilma estava no Rio de Janeiro, em preparação para o último debate antes do segundo turno.

Lideranças da sigla demonstravam satisfação com a ascensão de Dilma nas pesquisas de intenções de voto. No Datafolha e Ibope, a petista apareceu pela primeira vez à frente do senador Aécio Neves (PSDB) fora da margem de erro nesta etapa derradeira do pleito. Pelo Ibope, a presidente obtém 54% dos votos válidos, enquanto o tucano alcança 46%. No Datafolha, por sua vez, a diferença entre ambos é um pouco menor. A candidata à reeleição conquistou 53% e o senador conta com 47%.

Em entrevista, Emidio afirmou que a “virada de jogo” será ante o ódio e preconceito. Segundo ele, ataques pessoais contra Dilma e tentativa de desqualificá-la não funcionaram perante o eleitorado. “Isso porque o balanço é que o Brasil melhorou. Esse é o resultado final. A população tem consciência que nos últimos 12 anos houve avanço social.”

REPERCUSSÃO
Lula desqualificou a edição de ontem da Veja, que publicou suposto depoimento do doleiro Alberto Youssef em que cita que o ex-presidente e Dilma tinham conhecimento do esquema de propina na Petrobras. “O problema da Veja é o que fala a Veja”, afirmou, reiterando que não lê a revista. “Não acho nada da Veja.” Marinho falou que não vê a publicação há três anos. “E vou continuar não vendo. Não representa nada”, completou. Emidio complementou que a reportagem é “tentativa malfadada de influenciar no resultado da eleição”. “Mas não vai. O povo está maduro.” 




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