Mesmo os executivos de grandes empresas sentem dificuldade em compreender o cenário econômico no qual estão inseridos. ê o que mostra uma pesquisa feita nos últimos 15 dias pela consultoria PWC (PriceWaterhouseCoopers). "Há uma certeza: de que até agora o setor automobilístico foi o mais atingido", diz o líder de Expansão de Mercados da PWC no Brasil, Henrique Luz. "Já para as demais questões, as opiniões se dividiram e mostram dúvida na hora de apontar os efeitos da turbulência."

Na opinião de cem executivos-chefes de grandes empresas, o setor automobilístico brasileiro foi o mais atingido até agora pela crise e também o que levará mais tempo para se recuperar. Esse setor foi indicado por 86% dos entrevistados como o mais afetado.

Luz destaca que agronegócio figura apenas como 6º colocado na lista de setores mais afetados (34% das respostas). "Há problemas de crédito seríssimos nesse setor, mas como somos bombardeados com informações sobre outros setores, a percepção dos efeitos da crise fica levemente distorcida." Outro ponto aparentemente contraditório são as conseqüências da crise. Ao mesmo tempo em que os executivos prevêem redução do crescimento (80%), aumento do desemprego (66%) e escassez de crédito em todo o mundo (46%), espera-se o aumento das taxas de juros. "Uma das principais medidas para combater a escassez de crédito é reduzir as taxas de juros, portanto,parece lógico que esse não seria um problema durante uma crise financeira", diz Luz.

Quando o assunto é crédito, os executivos apontaram o comércio como o setor que mais teria problemas (indicado por 66% dos entrevistados) e também um dos que mais demitiria (54%).