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Isolamento físico é o menor desde o início da pandemia

Taxa é de 38%, mesmo com alta nos casos, mortes e internações, já que população está indo às ruas na região

Flavia Kurotori
Do Diário do Grande ABC
11/12/2020 | 00:01
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DGABC


A taxa de isolamento na região ficou em 38% na quarta-feira, último balanço disponível no Simi (Sistema de Monitoramento Inteligente) do governo do Estado. Trata-se do menor índice desde o início da pandemia, em março. No dia 12 daquele mês, primeira data monitorada pela plataforma estadual, o percentual foi de 30%, chegando a 53% em maio, maior número para um dia 9 desde então. Vale lembrar que o isolamento físico, sobretudo de indivíduos do grupo de risco, como os idosos e pacientes com doenças crônicas, é uma das principais medidas preventivas ao novo coronavírus enquanto não há vacina disponível.

Chama atenção que a maior saída da população às ruas ocorre em meio a mais um pico de casos, mortes e internações pela Covid-19. Para se ter ideia, nos últimos 14 dias, o número de óbitos causados pelo novo coronavírus cresceu 5,74%, após a confirmação de 170 falecimentos, enquanto os casos ampliaram 9,27% – incremento de 7.551 diagnósticos – e as internações tiveram acréscimo de 8%, de 1.140 para 1.227 pacientes, conforme dados da SP Covid Info Tracker, plataforma de acompanhamento da pandemia mantida por pesquisadores da Unesp (Universidade Estadual Paulista), da USP (Universidade de São Paulo) e do Cemeai (Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria).

Em razão do pico observado em toda São Paulo, o governo do Estado fez com que os 645 municípios paulistas retrocedessem para a Fase 3 (amarela) do Plano São Paulo no último dia 30. A medida amplia as restrições para funcionamento de comércios e serviços, como a redução do horário de atendimento e da capacidade de clientes a serem atendidos de uma só vez. 

Agravante é que ontem, em entrevista coletiva realizada no Instituto Butantan, na Capital, José Medina, coordenador do centro de contigência, afirmou que a chance de contágio pelo coronavírus está maior neste mês do que no primeiro pico da pandemia, em julho. 

No Grande ABC, a taxa de reprodução está em 1,66. Isso significa que 100 pessoas com a Covid podem infectar outras 166. Quando o número está acima de 1, indica que a transmissão está acelerada em determinada localidade. Há pouco mais de um mês, em 7 de novembro, o índice estava em 0,98 e, desde então, só cresceu, atingindo o pico no último dia 2, quando registrou taxa de 1,97, de acordo com a SP Covid Info Tracker. Em alusão às festas de fim de ano, como o Natal e o Ano-Novo, Medina destacou que é necessário trocar o “boas-festas” pelo “fique em casa”.

De olho na crescente ocupação dos leitos destinados ao tratamento de pacientes com a Covid, as cidades da região já começaram a se preparar. Exemplo é que na semana passada a Prefeitura de Diadema anunciou a contratação de dez leitos e 300 diárias de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) em hospital privado da Capital. São Bernardo também ampliou o número de leitos, reabrindo 50 no HC (Hospital das Clínicas), sendo 20 na UTI e 30 de enfermaria. 

Mesmo com o cenário preocupante, ao percorrer as ruas das sete cidades, principalmente nas vias comerciais, é comum flagrar aglomeração de pessoas, fora o caso de bares e restaurantes, que costumam reunir dezenas de pessoas desrespeitando o distanciamento físico aos fins de semana. Na região, pelo menos 620 estabelecimentos foram multados e outros 260 foram lacrados.

Ocupação dos leitos de UTI chega a 75% no Grande ABC

A taxa de ocupação dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) chega a 75% no Grande ABC. Caso de Mauá, onde até ontem 7.546 moradores tiveram a Covid-19, dos quais 391 morreram. Em seguida, São Bernardo possui 73,28% das unidades de terapia intensiva ocupadas. O município contabiliza 36.146 diagnósticos e 1.112 óbitos.

Já em Santo André, onde 25.728 foram infectados e 732 faleceram, 58,74% das vagas de UTI estão ocupadas. Com 5.513 positivos e 279 vítimas fatais, São Caetano está com 50% dos leitos indisponíveis, enquanto em Diadema a taxa é de 45%. Entre os diademenses, 11.790 tiveram a Covid e 528 morreram. Ribeirão Pires (2.930 casos e 108 óbitos) e Rio Grande da Serra (704 diagnósticos e 28 vidas ceifadas) não dispõem de leitos de UTI. São 74.593 recuperados nas sete cidades.

No Estado, são 1.316.371 diagnósticos, enquanto 43.661 pessoas vieram a óbito. Na UTI, 58,4% dos leitos estão ocupados. Em todo País, 6.781.799 pessoas foram infectadas pelo coronavírus e 179.765 faleceram. São pelo menos 5.931.777 brasileiros curados e 670.257 que estão em acompanhamento, de acordo com o Ministério da Saúde.




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