Presidente da Câmara de São Bernardo, Ramon Ramos (PDT) admitiu que pode cancelar contrato com a San Marco Automóveis Ltda, que aluga veículos para os vereadores, para negociar com montadoras instaladas no município.
Firmado pelo então presidente da casa Pery Cartola (PSDB), o acordo foi fechado em 2017, com valor de R$ 384 mil ao ano, e os carros escolhidos pelo tucano foram Chery QQs, da montadora chinesa. Os automóveis foram criticados pelos parlamentares, que relataram falhas de funcionamento – como panes elétricas e falta de força no motor, em especial em subidas. Tanto que alguns devolveram os carros, como Pery, Samuel Alves (PSDB), Pastor Zezinho Soares (PSDB) e Ary de Oliveira (PSDB).

Ramon revelou que encaminhou relatório com problemas para a San Marco Automóveis e solicitou a viabilidade de mudança no modelo fornecido. Caso não haja avanço nessa conversa, o pedetista estima romper o contrato.

“Encaminhei para a empresa todo relatório que fizemos dos primeiros 45 dias de uso do carro. Precisamos minimizar essa situação. A ideia é não ter mais os QQs. Não tem manutenção por aí (para os carros). Foram fechadas mais de 20 concessionárias da Chery. Todos alertaram o Pery que teria dificuldade com os automóveis. Ele tinha autonomia e fez a licitação. É carro que dificilmente dá para ser trabalhado”, declarou.

Ramon disse que, caso não haja acordo, a ideia é procurar as fábricas instaladas no município, em especial Volkswagen e Toyota, que produzem veículos populares – a Ford, que também poderia se enquadrar nessa linha, anunciou recentemente que, no fim do ano, encerrará as atividades em São Bernardo. No entanto, a Caoa Chery estaria interessada na compra da planta da montadora norte-americana.

“Podemos movimentar a cidade, precisamos de emprego. Podemos avaliar isso (contrato com montadoras de São Bernardo), puxar para nossa cidade. A cidade é conhecida pelos automóveis. Vamos buscar veículos em outros locais? Poderia haver dinheiro circulando em São Bernardo, que não ganha nada com os automóveis (dos vereadores) hoje.”

PLANO DE SAÚDE

O presidente da casa comentou também que reavalia o contrato com a Amil para prestação de serviço de plano de saúde aos servidores do Legislativo e dependentes. O contrato, fechado por Pery, foi questionado pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado).

“Recebi informe do TCE, que fez oito apontamentos do contrato do plano de saúde. Em especial sobre o tempo de contrato, de 36 meses, com aumento total de 47% em seu valor. Chamei os procuradores que participaram daquele ato. Avisei o Pery, os leiloeiros, para que fizessem resposta jurídica. Agora aguardo retorno do TCE. Dependendo do retorno, terei de cancelar para abrir nova licitação”, discorreu. O contrato com a Amil demanda R$ 13,8 milhões aos cofres da Câmara.