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Covas: um caso de amor com a democracia
Carlos Lo Prete
Do Diário do Grande ABC
06/03/2001 | 06:49
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Mário Covas Júnior nasceu em Santos, em 21 de abril de 1930. Estudou Química Industrial na Escola Técnica Bandeirantes e, depois, formou-se em Engenharia Civil pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, em 1955, na capital. Começou sua carreira política em Santos. Filiado ao PST (Partido Social Trabalhista), foi inicialmente ligado a Jânio Quadros, mas, posteriormente, rompeu com ele. Em 1961, foi secretário de Obras da Prefeitura de Santos. Elegeu-se, no ano seguinte, deputado federal.

Após o golpe militar de 1964, Covas passou a responder pela liderança do PST no Congresso. Mais tarde, com a extinção dos antigos partidos políticos durante a ditadura, filiou-se ao MDB (Movimento Democrático Brasileiro), na época a única forma de oposição ao governo, que tinha a Arena (Aliança Renovadora Nacional) como partido oficial da ditadura. Em 1966, pelo MDB, reelegeu-se deputado federal.

Na liderança da oposição, no fim de 1968, passou a contestar sistematicamente a proposta de cassação do deputado Márcio Moreira Alves. Por conta disso, Covas teve seu mandato cassado e seus direitos políticos suspensos por dez anos, até 1979, pelo AI-5 (Ato Institucional nº 5).

Impedido de exercer atividade política, ele passou a atuar na área de engenharia civil, voltando à vida pública apenas em 1982, com o regime militar já em processo de abertura e o MDB transformado em PMDB. Nessa época, elegeu-se novamente deputado federal. Franco Montoro, eleito naquele ano para o governo de São Paulo, convidou-o para ser secretário de Transportes e, depois, prefeito da capital, cargo que, então, era indicado pelo governador.

Encerrado seu mandato como prefeito, em janeiro de 1986, Covas tentou uma candidatura ao governo estadual, mas desistiu ao constatar que o então vice-governador Orestes Quércia teria a maioria na convenção pemedebista. Candidatou-se ao Senado e foi eleito com 8 milhões de votos junto com o colega de partido Fernando Henrique Cardoso.

Covas foi escolhido líder do PMDB na Assembléia Nacional Constituinte a partir de março de 1987, passou a coordenar a formação de comissões e conseguiu uma posição progressista na redação do texto inicial da Carta. Devido ao seu esforço, Covas foi considerado um dos parlamentares que melhor trabalharam na Constituinte.

No ano seguinte, após crise na cúpula do PMDB, Covas e outros líderes descontentes, entre eles Fernando Henrique e Montoro, deixam o partido para fundar o PSDB. Em 1989, ele é escolhido candidato do partido à Presidência da República, terminando em quarto lugar no pleito que elegeu o ex-presidente Fernando Collor.

No ano seguinte, fechou questão de não participação do PSDB no governo Collor – não fosse isso, provavelmente, Fernando Henrique jamais seria o presidente do país, pois ele era cotado para (e queria) ocupar um dos ministérios colloridos.

Em 1990, apesar de iniciar o ano liderando as pesquisas para o governo do Estado, perdeu a eleição para Luiz Antônio Fleury Filho. A chegada ao Palácio dos Bandeirantes viria quatro anos mais tarde, ao vencer seu histórico desafeto Paulo Maluf.




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