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Projeto social resgata autoestima e estimula alunos do pós-balsa

Jovens da EE Omar Donato Bassani, em São Bernardo, aprendem a valorizar sonhos em busca de melhorias pessoais e para a comunidade

Nelson Donato
Especial para o Diário
21/10/2016 | 07:00
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André Henriques/DGABC


Embora vivam em condições adversas na região do pós-balsa, em São Bernardo, alunos da EE Omar Donato Bassini, no bairro Tatetos, ganharam motivos para acreditar que podem ter um futuro melhor. A unidade recebe o projeto Movimento Futuro, ação que incentiva os jovens a sonhar e, a partir das realizações de cada um, oferecer ganhos para a comunidade em que vivem.

A iniciativa, criada em 2015 por Marco Gregori, proprietário dos colégios Anchieta, em São Bernardo, e Anhembi Morumbi, na Capital – locais onde o projeto já vigora –, é aplicada na unidade estadual às quintas-feiras, no formato de aulas extras e dividida em seis etapas: interagir, confiar, sonhar, planejar, realizar e contagiar.

“Uma pessoa que realiza seus sonhos sobe degraus na vida e passa a querer chegar cada vez mais longe. Vimos que, quando um estudante atinge seus objetivos, sente vontade em querer fazer algo pelo lugar em que vive”, explica Gregori. “É importante ressaltar a importância dos professores nesse projeto. Eles têm tarefa fundamental durante este trabalho”, complementa o idealizador, que almeja parceria com a iniciativa privada para manter a ação. “Quero buscar apoio das prefeituras e do governo do Estado. Não quero dinheiro, apenas a colaboração para que as portas das escolas sejam abertas para nós.”

Com o sonho de se tornar bombeiro e trazer reconhecimento para a região em que vive, o estudante do 2º ano do Ensino Médio Jonas Ulisses da Silva Melo, 16 anos, é um dos mais animados com o projeto. Nascido em Diadema, ele se mudou ainda criança para o Tatetos. Desde então, convive com a dura realidade do isolamento do bairro. “Aqui tudo é muito difícil. Faltam oportunidades. Meu sonho é fazer com que o poder público olhe para cá.”

Outro jovem que deseja trazer melhorias para o lugar onde mora é o aluno do 2º ano do Ensino Médio Davi Alves de Oliveira, 17. O estudante revela que está à procura de emprego, mas sofre preconceito em relação à região onde vive. “Aqui não tem vagas. Quando procuramos por trabalho depois da balsa não conseguimos por causa da distância. As pessoas do Centro da cidade nos chamam de ‘índios’ e ‘pé de barro’”, lamenta.

SHOW

Na manhã de ontem, show de talentos foi a oportunidade de os estudantes apresentarem espetáculos de dança, música e teatro. No período da tarde, atividade agitou a galera. “Compramos sonhos de padaria, que foram distribuídos para cada um que revelou seus desejos. Queremos mostrar que cada sonho é importante e que nenhum deles é descartável”, destaca a assistente social Sofia Carvalho, 27 anos. 




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