Setecidades Titulo Prevenção
Região não receberá mais vacinas para evitar gripe

Ministério da Saúde e secretaria estadual dizem que
envio de doses foi concluído porque SP superou meta

Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
14/05/2016 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


Com estoques zerados em mais da metade das UBSs (Unidades Básicas de Saúde) e campanha de vacinação contra a gripe que vai até o dia 20, as sete cidades do Grande ABC não receberão mais doses da imunização que combate o vírus H1N1. Isso porque o Ministério da Saúde encerrou o envio de vacinas para o Estado de São Paulo, que superou a cobertura proposta pela Pasta federal (80% do público-alvo).

A Secretaria de Estado da Saúde, responsável por repassar aos municípios as vacinas encaminhadas pelo ministério, informou que já foram entregues para a região 100% das doses da vacina da gripe previstas para a realização da campanha. “Além disso, nova remessa de 40 mil doses foi disponibilizada na sexta-feira, dia 6 de maio, para reforçar os estoques dos municípios. Outras remessas dependerão do Ministério da Saúde”, disse a secretaria, em nota.

A Pasta federal confirmou que o Estado de São Paulo já recebeu 100% das doses e não haverá mais envio. De acordo com o ministério, foram adquiridas 54 milhões de vacinas para imunizar 49,8 milhões de pessoas do público-alvo da campanha, que são idosos a partir de 60 anos, crianças de 6 meses a menores de 5 anos, trabalhadores da Saúde, povos indígenas, gestantes, puérperas (até 45 dias após o parto), pessoas privadas de liberdade, funcionários do sistema prisional e pacientes com doenças crônicas. “O excedente, que neste ano é de mais de 4 milhões de doses, é chamado de reserva técnica e faz parte da estratégia de vacinação. Portanto, o Ministério da Saúde reafirma que não há falta de vacina e que todo o público-alvo da campanha será vacinado”, ressaltou. Quando questionada pelo Diário sobre a garantia de segunda dose às crianças, a Pasta declarou somente, por telefone, “que isso está previsto na campanha”.

Apesar da afirmação, a realidade é diferente. A dona de casa Maria Aparecida França Ribeiro, 33 anos, moradora de Diadema, vacinou a filha de 1 ano pela primeira vez contra a gripe no dia 11 de abril, devendo voltar à UBS um mês depois para aplicação da segunda dose. Não encontrou a vacina em nenhum posto. “Me preocupa muito, tanto que nem estou saindo com ela para lugares com muita gente, pois sei que uma dose não a protege totalmente. Terei que apertar o orçamento e tentar pagar a segunda vacina. Isso se tiver sorte e achar em alguma clínica particular”, lamentou.

A gripe H1N1 já vitimou 12 pessoas no Grande ABC desde o início deste ano. Como noticiado ontem pelo Diário, para conseguir a quantidade de anticorpo ideal as crianças que nunca haviam sido vacinadas precisam da segunda dose.

Mesmo com a negativa da União e do Estado, a expectativa das prefeituras de receber mais doses continua. Em Santo André, por exemplo, a administração informou que “em conversas com técnicos da Secretaria de Estado da Saúde, existe a previsão de chegar outro lote a partir de terça-feira”. “As doses continuarão fracionadas para serem redistribuídas nas 33 unidades da rede de atenção básica, entre quarta e quinta-feira”, disse, em nota. “No entanto, o cronograma ainda poderá sofrer alterações de entrega e distribuição, uma vez que o Estado negocia com o Ministério da Saúde.”

Na cidade, a previsão de imunização com a segunda dose é de 6.997 crianças, das quais 5.260 de 6 meses a menores de 2 anos e 1.737 de 2 anos a menores de 5 anos.

De acordo com o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, a campanha de vacinação contra a gripe atingiu cobertura de 98,37% do público-alvo.  




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