General Motors e Volkswagen, montadoras que lideram o mercado brasileiro de veículos, ficaram entre as empresas do setor que tiveram as menores notas no relacionamento entre indústria e concessionárias. É o que revela a Pesquisa de Relacionamento com o Mercado 2004, feita pela Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) com os revendedores e divulgada na quarta-feira. Scania, Ford e DaimlerChrysler (que controla a marca Mercedes-Benz) se destacaram pelo alto nível de satisfação das revendas autorizadas.

O ranking geral de relacionamento das lojas com fabricantes de veículos avaliou 31 marcas de carros e comerciais leves, caminhões, tratores e motocicletas. A GM ficou na 25ª posição, encostada na Fiat (24ª), ao obter avaliação 64,7 (índice vai de zero a 100). Na primeira pesquisa anual do gênero feita pela Fenabrave, em 2003, a montadora sediada em São Caetano havia ficado na 24ª colocação. Já a área de automóveis da Volkswagen (fábricas em São Bernardo e Taubaté) ficou na 28ª colocação em 2004 (nota 60,5). Piorou três posições em relação a 2003, quando estava no 25º lugar.

A avaliação das concessionárias leva em conta quesitos como crescimento do valor do negócio, produto competitivo, opinião sobre políticas da marca e opinião sobre a equipe da montadora. Nas dez primeiras colocações do ranking há quatro produtores de autos e comerciais leves (Citroën, Toyota, Mitsubishi e Ford), quatro marcas de caminhões (Volvo, Volkswagen Caminhões, DaimlerChrysler e Scania), uma de motos (Honda) e uma de tratores (Massey Ferguson).

De modo geral, houve melhora na avaliação das revendas em relação a toda a indústria automotiva brasileira, que pelo índice geral de relacionamento subiu da nota 66,7 em 2003 para 67,9 em 2004. O coordenador da pesquisa, Luiz Adelar Scheuer, afirma que há crescente interesse das montadoras, o que também refletiu em maior participação das concessionárias no estudo. Em 2004, passou a abranger 20% da rede de distribuição. Em 2003, a participação da rede ficou em 15%.

Expectativa – Para o presidente interino da Abrac (Associação Brasileira de Revendedores Chevrolet), Hermes Schincariol, um dos pontos que afetaram negativamente a nota final da GM foi o índice de valor percebido pelo revendedor, ou seja, a expectativa de aumento do lucro. "Se a pesquisa fosse feita hoje, a percepção mudaria. A GM nos últimos meses do ano chegou ao primeiro lugar em vendas, o que com certeza agrega valor à marca." Ele considera ainda que empresas que têm pequena rede podem ter mais facilidade em acompanhar de perto o trabalho dos revendedores.

Entre as revendas da região, há expectativa de que as notas da Volks também melhorem no próximo levantamento. O gerente-geral de vendas da Savol, Edimar Vieira de Lima, considera que, em termos de produto competitivo, a Volkswagen deu um salto com a chegada do Fox quatro portas e os modelos flex fuel (bicombustíveis). "Vínhamos empatando (nos resultados financeiros). Já no ano passado, tivemos lucro", disse.

Satisfação – A Mercedes-Benz Caminhões, de São Bernardo, foi a marca com melhor índice de relacionamento com a rede entre as fábricas de veículos da região. Ficou na sétima posição, com nota 72,2. No levantamento de 2003, estava em 14º. Para o presidente da Assobenz (Associação de Revendedores Mercedes-Benz), João Batista Saad, a boa relação entre a montadora e as 163 concessionárias se traduziu em prêmio da NTC (Associação Nacional dos Transportadores de Carga) como melhor rede eleita pelos proprietários de caminhões em 2004.

Na média, as fabricantes de caminhões ficaram com avaliação melhor (nota 72,9) do que os outros segmentos automotivos. Para o presidente da Fenabrave, Hugo Maia, o bom índice se deve a alguns fatores: inovações introduzidas pelos fabricantes, como por exemplo o motor eletrônico; o ano 2004 foi um ano muito favorável para a atividade, impulsionada pela forte produção agrícola; e a importância do mercado brasileiro de caminhões, o quarto maior do mundo.