Cerca de 20 dias após o Diário expor o estado de calamidade que se instaurou no interior da obra do Museu do Trabalho e do Trabalho, o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), correu para iniciar as primeiras intervenções a fim de preservar o local.

No dia 29 de dezembro, reportagem do Diário revelou com exclusividade cenário de abandono dentro do canteiro da obra, que já custou R$ 18,8 milhões. Além de lixo espalhado, o local abrigava inúmeros focos do mosquito Aedes aegypti, materiais de construção abandonados, mato alto e sinais visíveis de deterioração. O projeto, que foi iniciado em 2012, na sede do antigo mercado municipal – próximo ao Paço, tinha previsão de entrega em janeiro de 2013. Os serviços foram paralisados em junho de 2014, com apenas a parte estrutural pronta.

Ontem, a equipe do Diário voltou ao local e constatou limpeza em parte do espaço. No espaço em que foi projetado o poço do elevador e que se transformou em um dos maiores focos do mosquito Aedes aegypti foi colocado um tapume de madeira para impedir concentração de água.

Na segurança, porém, o cenário ainda segue igual. Há muita facilidade para entrar e se locomover pelo canteiro de obra. A porta de entrada, no acesso pela Avenida Brigadeiro Faria Lima, foi danificada, deixando ainda mais fácil invasão ao espaço.

Na semana passada, ao Bom Dia São Paulo, da TV Globo, o governo Marinho informou que GCM (Guarda Civil Municipal) faz rondas permanentes nas proximidades. Argumentou ainda que está terminando procedimentos administrativos com o Ministério da Cultura e que a previsão é a de que as obras sejam retomadas no primeiro trimestre. Relatou que, depois do reinício, prevê mais seis meses para conclusão do projeto, ou seja, em dezembro.

Em relação aos problemas com os focos do mosquito Aedes aegypti, a gestão petista alegou realizar monitoramento, por meio de equipes específicas.

O Museu do Trabalho e do Trabalhador foi anunciado por Marinho em 2011, com o objetivo de enaltecer trajetória de seu padrinho político, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A gestão não se pronunciou sobre o caso ao Diário.