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Ex-marido mandou
matar Lore, diz polícia

Por não ter amor correspondido, homem de 28 anos
pagou cerca de R$ 2 mil para que estudante fosse morta

Rafael Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
21/09/2012 | 07:00
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O ex-marido da estudante e promotora de eventos Lore Santana de Vaz, 26 anos, é apontado pela Polícia Civil de Santo André como o mandante da morte dela. No dia 12, o corpo da jovem foi encontrado degolado dentro do Uno cinza do namorado na Vila Valparaíso. Ele teria pago cerca de R$ 2.000 para que dupla cometesse o crime.

Identificado como Alan, 28 anos, ele foi casado durante seis meses com Lore. Os dois se separam em 2011. Ele não aceitava o fim do relacionamento e, principalmente, o fato de a jovem ter iniciado romance com o corretor de imóveis Vinícius Cândido Arriate Teixeira, 24.

É Alan quem aparece dirigindo o Kadett vermelho nas imagens das câmeras de segurança de empresas próximas ao lugar do crime. Acabou detido na tarde de ontem, em lugar não revelado de Santo André.

O carro usado pelo bando foi encontrado durante a madrugada na garagem de uma casa na Estrada dos Alvarenga, em São Bernardo, com vidros e calotas trocados. Seu dono é o único que permanece foragido. Identificado como Raimundo Nonato, é vizinho de Alan e aparece nas imagens como o motorista do Uno. Ele possui antecedentes criminais por roubo.

Seu comparsa, identificado como Robert, que estava no banco do passageito do carro usado pela estudante, foi preso pelos investigadores da Delegacia de Homicídio também na madrugada de ontem, escondido na casa de parentes no bairro Cooperativa, em São Bernardo.

Em seu depoimento, revelou ter sacado a faca, mas disse que o golpe fatal foi desferido por Nonato. Robert apresentava diversos arranhões e escoriações pelo corpo, sinal de que houve luta corporal com Lore.

A polícia ainda precisa elucidar questões como quanto Alan, de fato, pagou a Robert e Nonato para que cometessem o crime - não se sabe se foram R$ 2.000 para serem divididos entre os dois ou R$ 4.000 no total.

A mulher de Nonato, que foi ouvida ainda durante a madrugada, alegou que o marido apareceu com a quantia em casa no dia seguinte ao crime. Mais tarde, no entanto, ao conversar com a companheira de Robert, que está grávida, ela teria dito que o marido pagara conta de luz atrasada com R$ 1.000 que havia recebido.
Segundo informações apuradas pela equipe do Diário, ambos são usuários de drogas e estavam com grandes problemas financeiros, aceitando o que fosse oferecido para executar o crime.

"A vida de uma pessoa vale R$ 2.000? Ficamos surpresos", disse o tio da vítima, o locutor Ari Vaz, 41, que ontem compareceu à delegacia junto do pai da vítima, o mecânico João Luiz Vaz, 52, para reconhecimento dos dois detidos pela polícia.

Os detalhes sobre o planejamento e execução do crime também deverão ser divulgados pela polícia nos próximos dias. Isso se a Justiça permitir. Atendendo pedido do MP (Ministério Público), a juíza Milena Dias determinou segredo das informações levantadas no inquérito da Delegacia de Homicídios. O objetivo é que se evite divulgações a respeito das finanças pessoais da vítima. Com filho de 10 anos, Lore tinha arrecadado R$ 180 mil com a venda de uma casa, mas tinha cerca de R$ 10 mil em dívidas de cartão de crédito. Como a hipótese de latrocínio está praticamente descartada, já que a motivação é passional, a medida tornou-se desnecessária.

"Eu, mais do que ninguém, quero saber o motivo de terem feito isso com a minha filha. O responsável arruinou minha vida, tirou meu anjo de mim. Quem poderia ser capaz de fazer aquilo? Não posso entender", disse o pai.




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