Embalado por três vitórias seguidas no regional e aproveitando o nervosismo do rival (que vinha de três derrotas consecutivas), o Corinthians dominou o clássico. O trio ofensivo que contribuiu decisivamente para a marca de seis goleadas do São Paulo – Kaká, França e Reinaldo – repetiu as recentes atuações acuadas e foi facilmente neutralizado pelo meio-campo adversário.
A defesa são-paulina, que foi chamada de "lenta" por Gil em uma polêmica criada no meio da semana, confirmou o prognóstico do atacante corintiano e voltou a mostrar fragilidade. Nervosos, Emerson pegou Ricardinho sem bola e Wilson foi expulso no final do jogo. Curiosamente, Gil, mal em campo, foi substituído no segundo tempo pelo centroavante que fez a diferença no clássico: Renato, autor de dois gols. Outro destaque corintiano na partida foi o goleiro Dida, que repetiu as atuações de gala que o colocaram na Seleção Brasileira.
"Temos de reconhecer que o Corinthians foi sensacional na partida. Tocou a bola rápido e apareceu para jogar. Fez o que nós fazíamos antes", admitiu França.
O Corinthians começou melhor, enquanto o São Paulo praticamente assistia às jogadas do adversário em campo. O Tricolor só começou a se encontrar em campo a partir dos 15 minutos e teve três boas chances para abrir o placar, mas parou nas defesa de Dida: aos 18, em chute de França de fora da área, e aos 19, em cabeçada do zagueiro Emerson após cobrança de escanteio.
Na melhor das oportunidades, aos 21, o atacante Reinaldo puxou um contra-ataque rápido e ficou cara a cara com Dida. Na hora da finalização, o são-paulino tocou fraco e o goleiro corintiano defendeu. Como num castigo, três minutos depois, o Corinthians abriu o placar. A defesa do São paulo ficou só assistindo à tabela do ataque adversário dentro da área: Deivid tocou de cabeça para Leandro, que rolou para o lateral Rogério chutar forte no contrapé de Rogério Ceni e fazer 1 a 0.
O gol motivou ainda mais o Corinthians, que cresceu no jogo. Aos 31, Gil quase 'ganhou de presente' o segundo gol. Emerson recuou fraco uma bola com o peito para Rogério Ceni, que teve de sair arrojadamente no pé do atacante corintiano para impedir a finalização.
No intervalo, Nelsinho sacou Souza e o jovem Daniel Rossi (volante dos juniores que substituiu Maldonado, gripado), para as entradas de Adriano e Lúcio Flávio, respectivamente. Mas quem começou melhor foi o Corinthians. Logo aos 4, Deivid aproveitou cruzamento na área e acertou uma cabeçada na trave de Rogério Ceni.
O empate são-paulino saiu aos 10 da fase final. Kaká lançou Reinaldo na entrada da área e o atacante acertou um chute indefensável no ângulo de Dida. O jogo pegou fogo. Após uma falta de Reinaldo em Leandro, um princípio de confusão se formou no gramado. A turma do deixa-disso, inclusive o árbitro Paulo César Oliveira, impediu o agravamento da situação.
O técnico Carlos Alberto Parreira sacou Gil aos 23 e mudou o destino da partida. Renato, seis minutos depois de sua entrada, aproveitou cruzamento de Deivid dentro da área e cabeceou com precisão no ângulo de Rogério Ceni. O São Paulo, desesperado, partiu para cima em busca do empate e foi surpreendido novamente. Aos 39, Renato recebeu passe de Kléber e chutou sem chance de defesa no canto de Rogério, fechando o clássico em 3 a 1. Foi o fim de um jejum de dois anos (cinco partidas) sem vitórias do Corinthians sobre o São Paulo, no clássico 'majestoso'.
As duas equipes paulistas voltam a campo na quarta-feira, ambas em compromissos pelas oitavas-de-final da Copa do Brasil. O São Paulo recebe o Figueirense (SC) no Morumbi, precisando vencer por 2 a 0 ou três gols de diferença (o jogo de ida, quinta-feira passada, foi 3 a 1 para o time do Sul). O Corinthians viaja a Minas gerais para encarar o Cruzeiro, também precisando vencer ou arrancar um empate com mais de três gols (o jogo de ida, em 13 de março, terminou em 2 a 2).
Pela penúltima rodada do regional, no próximo domingo, São Paulo e Corinthians terão novos clássicos pela frente. O Tricolor vai à Vila Belmiro para encarar o Santos, enquanto o Timão recebe o Palmeiras no Morumbi.
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