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Não deixem que o S.Bernardo FC se vá!
Por Dérek Bittencourt
27/12/2019 | 07:00
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Esta informação trazida na matéria principal deste caderno Esportes de hoje (leia ao lado) sobre a mudança do São Bernardo FC para Atibaia, mesmo que temporária, já serve de alerta para uma situação que infelizmente pode se tornar realidade em um futuro não muito distante: a saída definitiva do Tigre da cidade. Sem apoio e estrutura física, o clube ao menos segue tendo sua apaixonada torcida, que está apreensiva com o que pode acontecer nos próximos capítulos dessa história, que completou 15 anos na semana passada. O presidente Edinho Montemor já disse que “não há intenção” de sair de São Bernardo. Porém, é necessário ter ciência de que um clube de futebol necessita de um mínimo para seguir em atividade. E vou além: é preciso ter certeza se a Magnus, empresa que recentemente se tornou parceira aurinegra, enxerga a permanência no Grande ABC como uma estratégia viável, inclusive financeiramente. Isso porque vemos constantemente equipes que recebem propostas de cidades, pegam malas e cuias e vão embora seduzidas por incentivo, estádio, centro de treinamento – tudo o que São Bernardo FC foi perdendo com o tempo e o que o Oeste, por exemplo, recebeu como proposta para deixar a longínqua Itápolis para se alojar em Barueri.

Não ter memória, para mim, significa certa ingratidão. E talvez os aurinegros merecessem outro tipo de tratamento de muitas pessoas que hoje viram-lhe as costas, por tudo aquilo que fizeram para o futebol batateiro nesta década e meia de existência. Aliás, não só colocou a cidade na elite do futebol, como garantiu históricas participações em competições nacionais (Copa do Brasil e Brasileiro da Série D). E, o principal: o próprio Estádio 1º de Maio só está como está em razão da ascensão, manutenção e ocupação do Tigre – afinal, quem é da cidade ou da região se lembra bem como era o campo da Vila Euclides antes disso. E ouso a dizer, com todo o respeito aos amigos de ambos os lados, que, entre outros motivos, o conterrâneo EC São Bernardo resolveu se mexer em busca de reconquistar seu espaço também por conta do sucesso amarelo e preto.

Confesso que é irritante ler pessoas relacionando o São Bernardo FC ao partido ‘A’ ou ‘B’, ou ao político ‘X’ ou ‘Y’. Aliás, se fosse, talvez não estivesse nessa situação. É inegável que em algumas oportunidades houve uma inevitável ligação entre as partes – e, admito, não concordo com muitas das ações realizadas e que acabaram deixando essas cicatrizes difíceis de desaparecer –, mas é bastante claro de que ficou no passado. Hoje, o Tigre está mais para um rejeitado e que por respeito à torcida e por motivos burocráticos junto à Federação Paulista de Futebol viajará ao Grande ABC uma ou duas vezes por semana para mandar seus jogos no 1º de Maio. Um visitante dentro da própria casa.

DE OLHOS BEM ABERTOS
O Santo André acompanha com bastante atenção a negociação milionária entre Corinthians e Orlando City, dos Estados Unidos, envolvendo o volante Júnior Urso, 30 anos. Como clube formador do jogador, o Ramalhão tem direito a porcentagem que pode chegar a 5% da transferência (dependendo do tempo que permaneceu no clube), fechada por aproximadamente R$ 3,5 milhões. Aliás, esta não será a primeira vez que uma transação do atleta gera lucro aos cofres andreenses. Bônus por todo o investimento feito sobre o meio-campista desde as categorias de base. Para quem não estava esperando, de repente surgir uma possibilidade a mais de renda é muito bem-vinda pelos ramalhinos.

Entretanto, existe um processo burocrático: o Santo André agora tem de acionar os norte-americanos para reivindicar o que lhe é de direito. Chamado pela Fifa de “mecanismo de solidariedade”, o procedimento é um dos aliados das receitas do Ramalhão, que somente neste ano também lucrou com o retorno do zagueiro Vitor Hugo da Fiorentina para o Palmeiras e com a volta de Ricardo Goulart para a China, entre outros.

GRATIDÃO
Independentemente de como foi o ano, nunca é demais agradecer. E nesta semana tive o prazer de receber uma linda mensagem de agradecimento da torcedora do ano eleita pela Fifa, Silvia Grecco. A mauaense e seu filho Nickollas foram escolhidos como os personagens para ilustrar a edição de Natal do Diário e receberam a mim e ao fotógrafo Claudinei Plaza no apartamento onde vivem, em Santo André. Parece que o tanto que eu gostei de contar mais uma vez a história dessa dupla especial foi tão grande quanto ela se encantou. “Palavras de um jornalismo escrito com o coração”, disse Silvia. Na verdade, eu é quem agradeço por poder ser mais uma vez porta-voz dessa linda narrativa de dedicação e amor entre mãe e filho. E neste espírito de gratidão desejo a todos um feliz 2020. Que seja um ano repleto de conquistas e realizações, que possamos (Anderson Fattori e eu) seguir contando bastidores e trazendo conteúdo diferenciado aqui nesta coluna, e contamos com as colaborações de vocês, leitores. Até o ano que vem! 




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