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Sem espaço, Zé Augusto atuará como médico em clínica privada

Ex-prefeito de Diadema, que está fora do primeiro escalão de Lauro, anuncia intenção, mas sem falar em deixar a política

Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
04/12/2016 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


Sem espaço no futuro governo do prefeito reeleito de Diadema, Lauro Michels (PV), e mandato na Câmara, a partir de janeiro, o ex-chefe do Executivo e vereador José Augusto da Silva Ramos (PSDB), anunciou que vai voltar se dedicar à medicina e que nutre a pretensão de montar um consultório particular no município.

Prestes a completar 70 anos, o tucano salientou que não vai deixar a política e que o foco neste sentido será reestruturar o PSDB local, que na eleição de outubro sofreu derrota marcante na cidade ao não eleger nenhum vereador.

“Vou voltar a clinicar, fazer uma reforma num consultório e me juntar a outros colegas, me dedicar à vida privada. Na política eu continuo presidente do partido, vou organizar e criar um espaço para o debate, agora eu terei mais tempo”, comentou Zé Augusto.

O fato curioso no movimento anunciado pelo tucano é em relação a antigo embate com seu maior rival político na cidade: o PT.

Nos pleitos à Prefeitura entre os anos 2000, os petistas, de forma estratégica, espalhavam exaustivamente pela cidade que Zé Augusto não era verdadeiramente médico, detalhando justamente a falta de um consultório no município. A tática atrapalhou o tucano, que saiu derrotado em três disputas seguidas contra petistas; em 2000, 2004 e 2008.

Contudo, foi a medicina que trouxe Zé Augusto a Diadema, no início dos anos 1980. Natural de São José do Egito, em Pernambuco, e recém-formado médico chegava ao município da região para trabalhar. Logo, se engajou em movimentos sociais e participou da formação do PT.

Notabilizado no partido, foi nomeado secretário de Saúde do governo de Gilson Menezes (hoje no PDT), na primeira gestão petista no País, entre 1983 a 1988. Seguiu em ascensão e ganhou a condição de candidato a prefeito, sagrando-se vitorioso. Depois de sua gestão, entre 1989 a 1992, ainda se elegeu deputado federal em 1994 – fato considerado surpreendente na época.

Expulso do partido em 1997, após uma série de brigas internas, iniciou uma trajetória ácida de rivalidade com os antigos companheiros, se tornando a maior oposição do auge petista em Diadema – legenda acumulou seis vitórias municipais em 30 anos, sendo três delas contra Zé Augusto.

Na eleição de 2012, deu um troco nos petistas. Estrategicamente se lançou candidato a vereador e saiu no pleito como o mais votado, com o recorde de 7.254 sufrágios. No segundo turno levou o apoio do PSDB – que havia ficado em terceiro lugar com Maridite Cristóvão de Oliveira – para Lauro, que virou placar adverso contra o então prefeito Mário Reali (PT) e interrompeu a hegemonia petista na cidade. 




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