A faixa pendurada na rampa de entrada é um alerta aos desavisados: Desativado. Engana-se, no entanto, quem pensa que o Ilha di Capri, numa das mais famosas rotas de motéis, à beira da Anchieta, está às moscas.

Há quase seis meses seus quartos são usados como alojamento pelos funcionários que trabalham na construção do lote 2 do trecho Sul do Rodoanel Mário Covas. Do clima de sexo, porém, pouco sobrou dos velhos tempos.

Para receber os operários sem constrangimentos, os espelhos de teto foram retirados e as camas de casal substituídas por beliches desmontados.

As banheiras redondas com hidromassagem permanecem, mas estão secas e sem os motores.

O circuito interno de televisão, antes abastecido com vídeos eróticos, foi desligado. Agora, cada aparelho tem sua própria programação, captada por antenas internas. A cozinha foi substituída por uma lavanderia e o serviço de quarto, extinto.

Exótico - As cores vibrantes, no entanto, continuam nas paredes do antigo motel. Alguns quartos têm pintura rosa-bebê e outros, azul-calcinha. Mas o clima sensual pára por aí. Nos cômodos, há calças compridas penduradas e sapatos jogados no chão.

Segundo os responsáveis pelo canteiro de obras, houve apenas adaptações para receber os operários, já que o prédio vai ser demolido e não valia a pena fazer grandes reformas.

Ainda não há data definida para o exótico alojamento ir para o chão. Isso irá depender do ritmo em que as obras do Rodoanel avançarem na região.

Lotação - Hoje, 25 pessoas dormem no motel. Mas ainda há vagas para novos moradores. Apenas parte dos quartos está ocupada.

Das suítes que não estão ocupadas, ainda permanece o clima de motel, com camas de casal, banheiras e saunas

Pelo cronograma, a previsão é de que a rodovia esteja pronta para ser aberta em 2010.