Santo André e Água Santa souberam ontem o tamanho do desafio que terão pela frente no Campeonato Paulista de 2020. Promovidos à elite nesta temporada – o Ramalhão foi campeão da Série A-2 e o Netuno, terceiro colocado, herdou a vaga aberta com a compra do Bragantino pelo Red Bull –, os clubes conheceram os adversários da primeira fase em sorteio realizado na sede da Federação, na Barra Funda. A tabela será divulgada no fim do mês.

Como nos últimos anos, o regulamento do Paulistão foi mantido, com os 16 clubes divididos em quatro chaves. Na primeira fase os times enfrentam os componentes dos outros grupos, avançando os dois melhores de cada chave para as quartas de final. Os dois piores na classificação geral serão rebaixados para a Série A-2 (leia mais detalhes abaixo).

Desta maneira, Santo André e Água Santa não enfrentam no início os adversários do próprio grupo. Assim, o Ramalhão se livrou de confrontos contra Palmeiras, Novorizontino e Botafogo, que compõem a Chave B. Já o Netuno não joga diante de Santos, Ponte Preta e Oeste, integrantes do Grupo A.

O sorteio foi dirigido, de modo que cada um dos grandes estivesse em um grupo e os times com as melhores campanhas no último Paulistão também foram subdivididos para gerar equilíbrio nas chaves. Torcedores dos três times da Capital e do Santos participaram do evento, entre eles a mauaense Silvia Grecco, que agora mora em Santo André e que recentemente teve sua história reconhecida pela Fifa por narrar os jogos do Palmeiras ao seu filho, Nickollas, 12 anos, que é autista e deficiente visual.

Presidente do Santo André, Sidney Riquetto apostou no fator surpresa, apesar de reconhecer a dificuldade da competição. “Campeonato da Série A-1 não permite escolha (sobre os integrantes do grupo). Você vai ter de jogar contra 12 equipes que, teoricamente, estão em patamares diferentes, mas que na prática podem apresentar resultados de maior ou menor nível. Em todo campeonato temos surpresas. Não dá para cravar nada”, comentou o dirigente.

No Água Santa, o presidente Paulo Korek mostrou alívio com o retorno à elite. “Todas as chaves são fortes, mas gostei. O principal é estar na Série A-1. Agora é montar equipe competitiva para permanecer, que é o objetivo”, comentou.
Como foram recém-promovidos para a elite, tanto Santo André como Água Santa terão a oportunidade de receber apenas um time grande em seus estádios e os outros dois duelos contra os cabeças de chave serão na condição de visitante.

Quartas e semi serão em jogo único e VAR só no mata-mata

Além da definição dos grupos, o conselho técnico realizado ontem na sede da Federação, na Barra Funda, definiu os parâmetros do Paulistão, que começa dia 22 de janeiro e termina dia 26 de abril. A principal diferença em relação a 2019 é que apenas a final será em ida e volta.

O Paulistão terá 16 datas, duas a menos do que neste ano para evitar jogos na ‘data Fifa’ de março. Com isso, as quartas de final e as semifinais serão em jogo único, ao contrário da final. O VAR será utilizado somente nos mata-matas, com o custo sendo bancado pela Federação Paulista.

Além disso, o número de 26 atletas inscritos foi mantido. Os clubes grandes pediam aumento na relação, mas foram minoria. Há ainda a lista ‘B’, que permite a presença ilimitada de jogadores da base, desde que tenham disputado uma competição nas categorias inferiores e com contrato de pelo menos um ano.

Também foi mantida a regra de que um técnico não poderá comandar mais de uma equipe no Paulistão. A medida busca evitar a troca de treinadores durante o torneio.

O campeão recebe R$ 5 milhões, enquanto o vice ganhará R$ 1,65 milhão. Ao todo, a Federação vai distribuir R$ 11 milhões em prêmios – apenas os dois rebaixados não são contemplados –, incluindo o Troféu do Interior, torneio que terá participação de sete times eliminados na primeira fase, no sistema mata-mata e que dará ao campeão vaga na Copa do Brasil de 2021.