Na briga entre Geninho e a torcida do Santos, o treinador não resistiu e segunda pela manhã entregou o cargo ao presidente Marcelo Teixeira, que ainda tentou, sem sucesso, segurá-lo na Vila Belmiro. Serginho Chulapa, que ocupava o posto de auxiliar técnico, assumiu o lugar de Geninho e comanda o time na partida contra o Atlético-PR, nesta quarta-feira, na Arena da Baixada, em Curitiba.

"Foi uma decisão pessoal devido a uma cobrança muito forte de grande parte da torcida sobre um trabalho que era considerado bom por muita gente, mas que nunca era reconhecido", afirmou o ex-treinador. A manifestação dos torcedores, que o xingaram durante toda a partida contra o Juventude (2 a 2 na Vila Belmiro) foi a gota d'água para Geninho. "Ontem (domingo) acabou chocando muito. O time ganhava o jogo por 2 a 1, estava com um jogador a menos, e a torcida não reconhecia o esforço. Ao invés de pressionar a arbitragem, que era muito ruim, preferia pedir substituições. Tinha até gente torcendo contra", disse.

Geninho e Chulapa são amigos desde os tempos em que o primeiro era goleiro do Botafogo-SP e o segundo, centroavante do São Paulo. "Sempre o admirei muito pela lealdade", disse Serginho. Ele revelou que Geninho ligou e o incentivou a assumir o cargo.

"Ele (Geninho) estava fazendo um trabalho sério e os resultados iriam surgir naturalmente", afirmou o presidente do Santos, Marcelo Teixeira, que garantiu ter insistido para que Geninho permanecesse no comando da equipe.

Serginho Chulapa ganhou prestígio na Vila Belmiro em 1984, quando foi centroavante do time que conquistou o último título importante do Santos, o Campeonato Paulista. Dez anos depois, foi chamado por Pepe para o cargo de auxiliar técnico e, em março de 1994, substituiu o treinador. Tirou a equipe das últimas colocações e teve uma campanha vitoriosa, com 31 vitórias, 15 empates e 12 derrotas. Foi demitido depois de agredir o jornalista Gilvan Ribeiro após uma derrota por 2 a 1 para o Corinthians.