Os prefeitos do Grande ABC assumiram com o Greenpeace o compromisso de banir a compra, pelas administrações municipais, de madeira proveniente do desmatamento da Amazônia. A adesão em bloco ao programa ‘Cidade Amiga da Amazônia’ será ratificada neste sábado, às 10h, no Consórcio Intermunicipal, em Santo André. Funcionará assim: o administrador assina um termo de compromisso e um decreto que prevê a criação de grupos técnicos encarregados de fiscalizar a origem da madeira comprada. Os grupos técnicos devem criar sistemas próprios de fiscalização das vias de ATPF (Autorização para o Transporte de Produtos Florestais) que forem apresentadas na compra de madeira. O Greenpeace vai monitorar o trabalho realizado pelas prefeituras.

O acordo que será assinado neste sábado é resultado da campanha que os ambientalistas empreendem desde de julho na região. Coordenadora do Greenpeace e responsável pelo envolvimento do Grande ABC, Adriana Imparato cobra a presença dos prefeitos. Para ela, a relevância política da região daria peso político importante ao programa. Em São Paulo, afirma, o prefeito José Serra (PSDB) aderiu. Outras capitais prometem o mesmo.

A festa programada pelo Greenpeace prevê a pintura de um painel de 9 metros por 15 metros no piso da passarela que liga o prédio dos Correios ao Paço Municipal de Santo André. Funcionários da prefeitura preparam a pintura. Grafiteiros de Diadema vão contribuir com a arte final. Sindicatos ligados à CUT (Central Única dos Trabalhadores) no Grande ABC prometem participar.

Convencer o setor público a recusar madeira ilegal faz parte do plano para reduzir o mercado consumidor dos piratas que arrasam a floresta. O mercado paulista pode ser um aliado importante, porque consome 480 mil metros cúbicos de madeira por ano. Pelo menos 90% do volume comercializado no país tem origem ilegal. Governos e prefeituras são clientes com poder de pressão, porque em geral ficam com 30% do que é produzido.

A coordenadora do Greenpeace declara que a adesão em bloco dos prefeitos faz uma grande diferença, porque significaria a constatação de que o Grande ABC, terceiro maior mercado consumidor do país, fecha as portas para o desmatamento. “Seria um baita alerta para o mercado de madeira ilegal, um início do combate ao desmatamento.” A campanha do Greenpeace já conta com nomes importantes. Vingou em São Paulo, onde o prefeito José Serra (PSDB) assinou o termo de compromisso e publicou o decreto que manda fiscalizar a madeira.