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007 e o misterioso escritor X
Por Cássio Gomes Neves
Do Diário do Grande ABC
30/07/2006 | 04:26
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Nada será como antes. Elis Regina bem poderia musicar, com esse verso de Milton Nascimento e Ronaldo Bastos, Casino Royale, o 21º longa-metragem a ter, oficialmente, James Bond como protagonista. 007 – Nunca Mais Outra Vez (1983) é um filme bastardo, produção que não é reconhecida pelo pai, a Eon Productions, empresa que detém os direitos sobre as fitas do agente secreto que tem licença para matar.

Voltando à linhagem oficial: Casino Royale acolheria tranqüilamente a interpretação da Pimentinha em sua trilha sonora. Tudo vai mudar. Demolição e renovação é o que promete o novo filme, dirigido pelo mesmo Martin Campbell de A Máscara do Zorro, que estréia no Brasil em 5 de janeiro de 2007.

Primeiro, o ator. Pierce Brosnan já parecia folgado demais nos smokings que 007 costuma envergar. Foram buscar na Inglaterra um sujeito cujo trabalho mais célebre era de traficante, no filme Nem Tudo É o que Parece (2005), além do mafioso que venderia a própria mãe em Estrada para Perdição (2002). Mas a produção e o serviço secreto garantiriam anistia total aos delitos anteriores caso Daniel Craig, o ator em questão, hoje aos 38 anos, trabalhasse para eles. Seria o sexto homem a aceitar o serviço.

Topou, embora não tivesse aquele perfil de mauricinho com raiva de quem não se barbeia, aquilo que se espera de um candidato a 007. Não tem os traços de James Dean genérico que Brosnan tem, nem mesmo os olhares de David Cardoso peculiares a Roger Moore. Uma analogia possível seria com Sean Connery, o homem que inaugurou a filmografia de Bond em 1962, com 007 contra o Satânico Dr. No.

A comparação com o Bond da era jurássica faz todo o sentido. No início deste mês, foi exibida uma prévia de 20 minutos a jornalistas na Holanda. Sobre o novo Bond, afirmaram ser mais cruel, mais intenso, mais disposto a resolver suas diferenças na pancada, mais visceral. A atriz Caterina Murino, a bond girl da vez, assina embaixo e grifa o empenho de Craig: “Você nunca viu um Bond como este. Quando ele está prestes a assassinar alguém, ele parece um assassino de verdade. E quando ele me beija, faz amor comigo (com a personagem), ele é tão sexy...”.

Mais sombrio, mais inconseqüente, Casino Royale volta às origens do personagem inspirado no primeiro livro em que empunhou sua licença para matar, homônimo e lançado em 1953. Volta-se à essência da criação do escritor Ian Fleming (1908-1964). Em comunicado oficial, os produtores Michael Wilson e Barbara Broccoli anunciaram que Craig segue firme e forte para as seqüências futuras. “Não poderíamos estar mais excitados com o rumo que a franquia tem tomado com Daniel Craig. Ele capturou as origens do James Bond de Fleming e sua complexidade emocional”, garante o anúncio.

Foi bom tocar nesse assunto, Ian Fleming. O escritor londrino faria 100 anos em 2008. Para celebrar a efeméride, a Ian Fleming Publications, que administra a obra do autor, contratou um famoso escritor para preparar nova aventura literária de Bond. A identidade do Fleming cover será mantida em sigilo até o lançamento do livro.

Enquanto 2008 não vem, o Diário arrisca um golpe de futurologia e pensa nos possíveis candidatos, a partir da seleção de dez nomes que são verdadeiras minas de ouro na literatura. Como seria o 007 segundo J.K. Rowling, a criadora da série Harry Potter? E o de Dan Brown, o culpado por O Código Da Vinci? Descubra.



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