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Congresso Nacional pode mudar regulamento da Série A
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30/10/2003 | 01:22
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A decisão que a CBF tomou na terça-feira, quando determinou que a Série A do Brasileiro será novamente disputada no sistema de pontos corridos, deveria representar um ponto final nas pretensões dos defensores do mata-mata. Deveria. Mas já existem articulações, sobretudo em Brasília, a fim de criar pressões em favor da mudança. Só uma alteração na lei abriria espaço para tal ação. O assunto, portanto, pode parar no Congresso Nacional.

Encabeçando a fila dos descontentes com a atual fórmula estão os executivos da Globo Esportes, braço da emissora que trata das negociações sobre a competição. E não chega a ser novidade para ninguém a forte influência que a emissora tem sobre alguns dirigentes, sobretudo daqueles clubes que devem à Globo. As dívidas são referentes a adiantamentos de cotas de transmissão realizados em temporadas passadas e que, até agora, não foram quitados. Em outras palavras, calcula-se que pelo menos oito clubes que se encontram em tal situação são favoráveis às idéias do executivos por não poder desagradar ao credor.

O descontentamento é simples de entender. No sistema de mata-mata, a Globo consegue manter índice médio de audiência durante a fase classificatória. Porém, quando começam os playoffs, os números atingem picos até 50% maiores. Esse crescimento é chamado de plus. A alegação é de que nos pontos corridos a emissora fica apenas com a média. Perde-se, portanto, o atrativo das finais e, assim, o plus da audiência.

Único caminho - A única alternativa viável para se alterar a forma de disputa do Brasileiro é a mudança da legislação. O grande empecilho para os interessados na mudança é o fato de a edição 2004 do Nacional ter de ser elaborada de acordo com normas do Estatuto do Torcedor. O item mais polêmico é o Artigo 8º. Lá, define-se que "as equipes participantes conheçam, previamente ao seu início, a quantidade de partidas que disputarão, bem como seus adversários."

Pois bem, de acordo com defensores dos pontos corridos, o atual sistema de disputa é o único que se encaixa em tal determinação. "No sistema de mata-mata é impossível saber quantas partidas cada clube vai fazer ou quais serão seus adversários, já que ninguém sabe de antemão quais serão os classificados", disse José Luiz Portella, um dos idealizados do Estatuto do Torcedor. Para ele, não há tempo suficiente para que eventuais pressões possam ser feitas em Brasília. "A alternativa seria aproveitar a votação do Estatuto de Desporto, que deve ocorrer em 2004. Mas não existe tempo para essa mobilização."

Outro detalhe curioso é que, caso leve a briga para o Congresso, a Globo precisaria contar com o apoio da CBF. Isso porque a entidade comanda a famosa "bancada da bola". Contudo, uma vez que a CBF já decidiu manter o formato, são pequenas as chances de que se disponha a acionar seus representantes.




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