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Grande ABC registra média de dois casos de tuberculose por dia

Foram 453 diagnósticos neste ano; doença pode agravar quadro de Covid

Por Flavia Kurotori
Do Diário do Grande ABC
01/09/2020 | 00:01
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Pixabay


O Grande ABC diagnosticou 453 casos de tuberculose neste ano, média de dois casos por dia. Segundo dados das prefeituras, a região identificou 837 pacientes infectados durante os 12 meses de 2019. A doença é transmitida pelo bacilo Koch (Mysobacterium tuberculosis) através de gotículas suspensas no ar – eliminadas pela tosse, por exemplo – e que entram nas vias respiratórias. Uma vez que pode prejudicar os pulmões, a enfermidade também agrava o quadro de Covid-19.

Carlos Quadros, infectologista do HMCG (Hospital e Maternidade Christóvão da Gama), destaca que a tuberculose é altamente transmissível e pode ser confundida com diversas condições, já que pode ter manifestações neurológica, intestinal, entre outras, além do quadro pulmonar, o mais comum. “Pelo fato de ser uma doença de progressão lenta, que pode durar meses ou anos, ela acaba ficando um pouco escondida caso a pessoa não apresente os sintomas clássicos (como tosse persistente, febre vespertina, sudorese noturna, emagrecimento e cansaço)”, explicou.

A enfermidade é extremamente infectocontagiosa e, a partir do momento em que o indivíduo é contaminado, começa a transmitir os bacilos em aproximadamente dois dias, quando os primeiros sintomas, normalmente a tosse, começam a aparecer. O tratamento é oferecido gratuitamente pela rede pública de saúde e deve ser seguido à risca. “O tratamento é prolongado, pode levar de seis meses a um ano. É frequente ele (paciente) iniciar a medicação, esquecer de tomar quando melhora e, posteriormente, quando volta a piorar, o organismo está resistente à medicação”, alertou Quadros.

A vacina BCG, cuja aplicação deve ser feita no primeiro mês de vida, imuniza as pessoas contra as formas mais graves da doença. Flavia Biscaia, coordenadora do curso de enfermagem da Anhanguera Industrial, assinala que a enfermidade costuma acometer indivíduos com a imunidade prejudicada, a exemplo de portadores da HIV e pessoas com condições nutricionais comprometidas. “Um fator que é muito importante é a vacinação. Infelizmente, as pessoas estão negligenciando e não estão levando as crianças para se vacinar, seja por medo da Covid ou por crenças antivacina”, observou.

Caso a pessoa tenha tuberculose e contraia o novo coronavírus, o quadro pode se agravar, uma vez que ambas infecções comprometem os pulmões. Entretanto, ainda não há estudos que determinem como as doenças reagem em caso de coinfecção, apontam os especialistas. Ainda que a febre e a tosse sejam sintomas das duas condições, os exames clínicos e laboratoriais são diferentes, assim, os diagnósticos se confundem. Orientação é procurar uma unidade de saúde ao apresentar qualquer sinal, já que a identificação precoce aumenta as chances de cura. 




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