Economia Titulo Instituição bancária
Reestruturação da Caixa impacta região

Segundo sindicato dos bancários, preocupação é fechamento de superintendência regional

Yara Ferraz
do Diário do Grande ABC
01/02/2020 | 00:19
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Banco de Dados


Reestruturação que a Caixa coloca em prática a partir da próxima semana preocupa o Sindicato dos Bancários do Grande ABC, que teme pelo fechamento da superintendência regional, que funciona em agência na região central de Santo André. O departamento é responsável pelos contratos de obras públicas firmados com as sete prefeituras do Grande ABC, para intervenções em diversas áreas, como saneamento e moradia.

De acordo com a entidade, a instituição financeira planeja reduzir o número de superintendências de oito para seis, que devem passar a se chamar superintendências nacionais de varejo. No País, as superintendências regionais vão diminuir das atuais 84 para 54 e, em São Paulo, de 18 para nove.

De acordo com o presidente do sindicato dos bancários, Belmiro Moreira, atualmente são cerca de 1.000 colaboradores da Caixa que atuam em 60 agências distribuídas nas sete cidades . Diz ainda que a superintendência que fica na agência do Shopping Grand Plaza trabalha basicamente com projetos do poder público na região. “Ela lida somente com demandas como as de saneamento e programas sociais, e agora vai deixar de existir. As prefeituras terão que se deslocar às agências bancárias, o que vai prejudicar todo o atendimento, já que elas devem ficar mais cheias”, afirmou.

Segundo ele, por causa da reestruturação, também existe a possibilidade de retirada dos funcionários de postos de trabalho. “Isso sem falar no investimento que vem para a região. Se a economia já está parada, com dificuldade de ter investimentos em áreas públicas, como construções de escolas, por exemplo, imagina o transtorno que isso pode causar”, avaliou Belmiro.

Para tratar desta questão, o sindicato vai se reunir com representantes do Consórcio Intermunicipal na terça-feira. “Queremos envolver os prefeitos e o Consórcio. Acreditamos que se os nossos representantes pressionarem o governo federal, algo ainda possa ser feito”, disse o sindicalista.

Apesar de no primeiro momento o fechamento de agências não ser confirmado, a entidade acredita que esse deva ser o próximo passo do banco. Ainda não é possível precisar quando isso deve acontecer nem quantas unidades serão de fato afetadas. “Porém, sabemos que o fechamento de agências na região também está no horizonte da Caixa”, contou o presidente do sindicato.

Questionada sobre o assunto pelo Diário, a Caixa não confirmou o fechamento de unidades e também não deu mais detalhes sobre como as mudanças devem afetar a região. Porém, o banco destacou que tem ampliado a presença em todas as regiões do País “para melhor atender a seus clientes, governos e cidadãos”, além de fortalecer todo o relacionamento institucional do banco. “O objetivo é uma gestão da rede de varejo focada em resultados de alta performance, mais próxima dos clientes, e que assegure o padrão e a qualidade de negócios e atendimento a toda a população. A ampliação também traz novas funções nas agências, com novas oportunidades de ascensão na carreira para os empregados do banco”, informou, por meio de nota.

A nova estrutura integra o planejamento de 2020 para a área de varejo do banco, apresentado na última semana. “O foco central é o relacionamento, por meio de gestão mais ágil e próxima do cliente, oferecendo à rede de atendimento as melhores condições para a realização de negócios. O plano de varejo envolve ainda novos modelos de negócios, otimização de processos e implementação de soluções tecnológicas”, disse a Caixa.

A avaliação do sindicato é a de que as mudanças anunciadas no varejo do banco têm como pano de fundo o projeto de privatização da instituição financeira pelo governo federal. O movimento sindical bancário reivindica a abertura de negociação para discutir os impactos que o projeto de reestruturação terá.  




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