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Eixo Tamanduatehy é pauta de seminário em Sto.André
José Carlos Pegorim
Do Diário do Grande ABC
03/12/2000 | 19:03
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Um seminário internacional de urbanismo traz nesta segunda e terça para Santo André um seleto grupo de especialistas estrangeiros e do Brasil para discutir o Eixo Tamanduatehy, um conjunto de propostas lançado em abril do ano passado pela Prefeitura para reativar a sucessao de fábricas e de terrenos e galpoes vazios ao longo da avenida dos Estados, da ferrovia e da avenida Industrial. O objetivo é transformar esses locais de novo em cidade, em centro de negócios, de produçao e de lazer, capazes de atrair investimentos imobiliários, gerar empregos e redesenhar o futuro da cidade.

O ambicioso programa de desenvolvimento inscrito no Eixo Tamanduatehy - uma faixa com 8,5 km de extensao e englobando cerca de 9,5 km² - tem precedente em diversas intervençoes urbanas de grande porte associando setor público e privado no mundo.

O seminário traz duas estrelas do urbanismo mundial para apresentar projetos de sucesso com a mesma escala do Eixo: o português Nuno Portas, que coordenou o plano inicial da Expo 98, em Lisboa, e que renovou a larga faixa de ferros-velhos e indústrias bélicas falidas na margem do rio Tejo; e Alfredo Garay, ex-secretário de Planejamento de Buenos Aires, que lançou Puerto Madero, plano de recuperaçao urbana que transformou a decadente área do porto da cidade num centro comercial e de entretenimento.

Organizado pela Prefeitura e pelo Lincoln Institute of Land Policy, um centro de estudos com sede em Cambridge, nos Estados Unidos, com apoio da Universidade Mackenzie e da Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC, o seminário irá também debater propostas que faltam ao plano de Santo André, entre elas um conjunto de regras legais para garantir coerência às operaçoes urbanas delineadas até aqui.

O tema é aparentemente árido: a discussao de um plano para reabilitar um amplo setor da cidade, nao com obras isoladas, mas com uma série de operaçoes urbanas numa dimensao muito além da que o cidadao comum está acostumado, e num período de tempo que facilmente pode chegar aos 20 anos; e mais ainda, modelos institucionais para tudo isso - leis, acordos com empresários, uma infindável discussao sobre quanto a cidade deve ceder e o que obterá em troca: ruas, praças, ciclovias, bairros com calçadas largas, espaços públicos onde se queira passear, mas também emprego e renda para os moradores.

"Procuramos os intercâmbios internacionais porque lá fora os projetos sao feitos, o que, infelizmente, nao acontece aqui", diz o arquiteto Horacio Galvanese, 46 anos, coordenador técnico do Eixo.

Segundo Galvanese, a área do Eixo já começa a ter demanda imobiliária (o Global Shopping, na avenida dos Estados, ou os hotéis que serao construídos na avenida Industrial). "Mas estamos numa fase em que nao podemos apenas impor condiçoes. A fase é de estímulo, de aproveitar a dinâmica imobiliária. E o Eixo tem essa procura."

Até sexta-feira, o seminário já tinha 400 inscritos, mas quem for ao Teatro Municipal de Santo André, onde o seminário acontece durante todo o dia, poderá se inscrever na hora.

Seminário Internacional de Experiências em Requalificaçao Urbana. Segunda e terça, a partir das 9h, durante todo o dia, no Teatro Municipal de Santo André (praça IV Centenário, s/n, Centro). Informaçoes: 4430-0340 ou 4433-0446. Inscriçoes gratuitas.




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