Política Titulo Diadema
Lauro cogita a aliados se licenciar para disputar Câmara Federal

Prefeito fala de pressão do Água Santa e debate
internamente possibilidade de se lançar deputado

Por Raphael Rocha
do Diário do Grande ABC
21/03/2017 | 07:00
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Montagem/DGABC


O prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), tem cogitado a aliados a possibilidade de se licenciar da função de chefe do Executivo para concorrer a deputado federal em 2018. Caso obtenha êxito, ele renunciaria ao posto para o qual foi reeleito em outubro. O Diário ouviu a versão de três interlocutores do verde. Todos afirmaram já ter escutado do próprio prefeito a ideia da renúncia. O principal motivo é o desconforto com o grupo político ligado ao Água Santa. Lauro também tem reclamado das dificuldades de governar a cidade, com queda de arrecadação, sem poder de investimento e alta demanda por serviços públicos.

“Ouvi do prefeito que ele cansou (da Prefeitura), que quer ser deputado. Que não aguenta mais a pressão do Água Santa”, comentou um aliado do prefeito, na condição de anonimato. Caso haja concretização desta manobra, o presidente da Câmara e primo do prefeito, Marcos Michels (PSB), sairia como deputado estadual, numa dobrada eleitoral. E se Lauro triunfasse no pleito, a Prefeitura passaria a ser administrada por Márcio da Farmácia (PV).

A aliança entre Lauro e Água Santa começou ainda durante a eleição de 2012, quando ele tentava desbancar a dinastia petista na cidade. Presidido pelo empresário Paulo Sirquera, o time de futebol via em Lauro um canal para aumentar sua influência na Prefeitura. À época, a equipe era renegada nas discussões políticas porque o PT tinha alinhamento com o CAD (Clube Atlético Diadema).

Lauro venceu Mário Reali (PT) naquele pleito e a parceria se estreitou. A ponto de o prefeito aceitar indicação dos dirigentes esportivos de Antônio Marcos Ferreira, o Marquinhos da Liga, para comandar a Secretaria de Esportes. Aos poucos, o Água Santa dominou a Pasta de Esportes. Estendeu o contrato de uso e exploração do Estádio do Inamar – que é público – e aproveitou canal com o Paço para triunfar esportivamente. O Água Santa saiu da Quarta Divisão do Campeonato Paulista para jogar a elite em 2016.

A relação começou a azedar no fim de 2015, quando parte da arquibancada do Estádio do Inamar caiu. O time reformava a praça esportiva para atender critérios da Federação Paulista de Futebol. Lauro culpou os dirigentes, que não engoliram as críticas. Quando o estádio ficou pronto, o prefeito elogiou o trabalho do Paço. Só serviu para jogar gasolina em uma fogueira que já se consolidava.

Mesmo assim, o Água Santa apoiou Lauro na eleição de outubro. Porém, desta vez decidiu bancar seus próprios candidatos a vereador. Um deles o vice-presidente do clube, Revelino Teixeira, o Pretinho (DEM), eleito com 3.326 votos.

Logo após o pleito, o Água Santa começou a pressionar Lauro. Pediu mais espaços no governo, como o comando da Saúde e ampliação de cargos comissionados no segundo escalão. O verde rejeitou e fez contraproposta, refutada pelos dirigentes do clube. O grupo então optou por ir para a oposição, se alinhando ao PT e ao PRB, siglas que concorreram contra Lauro. Apesar de estarem na trincheira contrária, articuladores buscam contato com aliados por retorno ao Paço. 




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