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Feminino: Camburão e outras histórias curiosas
Nilton Valentim
Enviado a Botucatu
15/10/2005 | 08:56
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O boxe feminino debutou sexta-feira nos Jogos Abertos do Interior. Dez lutas no ginásio do Colégio La Salle, em Botucatu, marcaram a estréia da modalidade na principal competição poliesportiva do país. Entre as lutadoras que subiram ao ringue, muita vontade – às vezes até superior que a técnica – , histórias curiosas e vontade de conquistar a vitória usando a força dos punhos.

Pugilista que herdou o gosto pela nobre arte do pai, é treinada pelo marido também boxer e sonha que o filho – de pouco mais de um ano – siga o mesmo destino, e para isso o leva ao ringue. Marido que convence a esposa a trocar golpes e decide homenageá-la com um troféu, são duas histórias pouco comuns, mas nenhuma se compara a de Érica Cabrera, a Érica Camburão, pugilista de Catanduva, que sexta-feira sofreu sua primeira derrota – por pontos, para Andréa Bandeira, que lutou por São Caetano. Camburão, a principio tenta esconder a origem do apelido. "Um amigo brincava comigo e chamava de Ericão Camburão". Mas aos poucos entrega a razão. "Eu era muito brigona, batia em todo mundo e sempre saía de camburão", entrega.

Mas isso foi antes de conhecer o pugilismo, há dois anos. "Como eu era brigona, um amigo me recomendou o boxe. Agora só brigo em cima do ringue", disse Érica Camburão, que aos poucos vai se abrindo, conta que tem dois filhos – Bruno Henrique (5 anos) e Rafael (7)– e está desempregada há dois meses: era empregada doméstica e recebe R$ 70 por mês da prefeitura da cidade para pagar academia. Sobre a derrota, Camburão foi direta. "Isso vai me incentivar a treinar ainda mais", e relembra que há dois anos derrotou a adversária de sexta-feira pelo Campeonato Paulista. "Eu estava sem lutar há quase dois anos, estava sem ritmo".

Mais histórias – Na rodada e sexta-feira, o treinador Jackson Durans resolveu homenagear a mulher, Elizângela Martineli, que foi derrotada pela representante de Ibiúna, Luciana Oliveira, e lhe presenteou com um troféu. Mãe de três filhos, ela foi convencida pelo marido a dedicar-se ao boxe.

Outra que levou o filho para o ringue foi Simone Aparecida Silva, que derrotou Loren Capece, de São Caetano. Filha do pugilista Baltazar do Carmo, ela nasceu na academia, é casada com o boxeador Marco Duarte e sonha que o filho, Anthony Kauan, também seja um lutador, e desde já o leva ao ringue vestido como boxeador.




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