Alvo de denúncias de irregularidades no cumprimento de contrato com a Prefeitura de Mauá, a Suzantur também passou a ter sua atuação no município de São Carlos, no Interior, questionada. O MP (Ministério Público) abriu inquérito civil para apurar a entrada da empresa na cidade, por meio de contrato emergencial.

A Suzantur foi contratada sem licitação pelo governo do prefeito Paulo Altomani (PSDB), em substituição à Athenas Paulista Transporte Ltda, que operava as linhas municipais mesmo com o contrato vencido. O serviço prestado pela Suzantur, porém, é contestado pelos usuários. A companhia teria descumprido acordo que previa frota de ônibus novos, mas reportagem da EPTV, afiliada da Rede Globo no Interior Paulista, mostrou que carros antigos circulavam pela cidade. Outro ponto questionado é não a disponibilização obrigatória de rede wi-fi nos coletivos.

A promotoria disse ao Diário que pode entrar na Justiça para tirar o controle do transporte de São Carlos das mãos da Suzantur. “Caso não sejam solucionados (os impasses), o Ministério Público adotará as providências cabíveis para a regularização do transporte público, inclusive, se pertinente, a suspensão ou a substituição da empresa Suzantur”, informou o MP, que recebeu garantias da gestão em São Carlos que haveria processo licitatório para contratação da nova concessionária e que publicaria o edital até ontem. Porém, não há nenhuma publicação deste processo disponível no site da prefeitura local.

Outra polêmica causada com a entrada da Suzantur na cidade foi o aumento nas passagens na cidade, que saltou de R$ 3,10 para R$ 3,50 logo depois que a empresa assumiu alguns itinerários. O reajuste causou confusão entre os usuários, já que a Athenas ainda não havia retirado todos os ônibus quando a Suzantur começou a atuar e continuou praticando o valor antigo da passagem.

Em Mauá, o ingresso da Suzantur também gerou polêmica. No início do governo, em 2013, o prefeito Donisete Braga (PT) descredenciou as concessionárias que atuavam no município, a Leblon e a Cidade de Mauá. Na época, a gestão do petista alegou a invasão no sistema de bilhetagem – o caso ainda é questionado na Justiça.

A empresa, de Claudinei Brogliato, também é acusada de descumprir edital que previa circulação de veículos novos em Mauá. Documento assinado pelo próprio prefeito, porém, revelou a existência de coletivos fabricados antes de 2014, quando a companhia venceu a licitação. Carros de 2012, inclusive, circulam pela cidade. A maioria atende às linhas do Jardim Zaíra, região mais populosa de Mauá.

A gerência do sistema de bilhetagem eletrônica também é questionado. Pelo contrato, o serviço deveria ser da Suzantur, mas era a PK9 Tecnologia Serviços Ltda que operava o sistema até maio.

Procurada, a prefeitura de São Carlos não se pronunciou. A Suzantur não foi localizada para comentar o assunto.