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Em biografia, Pepe relembra trajetória
Felipe Simões
05/06/2016 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC:


Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe. A inesquecível linha de ataque do time mais vitorioso da história do Santos tem muito a contar. E se tem alguém bom de relembrar causos é José Macia, o Pepe, 81 anos, dono de chute outrora potente na perna esquerda que lhe conferiu a alcunha de Canhão da Vila. É justamente este o título da biografia do ex-ponta-esquerda escrita pela jornalista Gisa Macia, que é filha do ex-jogador, lançada terça-feira em Santo André. A obra, da editora Realejo Livros, tem 245 páginas e custa R$ 48.

“O livro conta minha vida desde a infância, toda a jornada no Santos e na Seleção Brasileira, e minhas passagens como treinador no Catar e no Japão”, resumiu Pepe.

Sua extrema identificação com o Peixe não é por menos. Além de ter jogado no time de Pelé, ele é o segundo maior artilheiro do Santos, com 405 gols, atrás do Rei do Futebol (1.091). Mas poderia não ter sido assim. Isso porque o Corinthians quase o levou em momento de baixa no Alvinegro.

“Eu fui titularíssimo no Santos durante muito tempo, mas quando eu estava com 30 anos apareceram jogadores como Edu e Abel, que eram espetaculares. Às vezes eu nem era relacionado. Então o Corinthians veio na minha casa. Eu balancei (com a proposta). Amo o Santos, mas eu era um profissional de futebol”, lembrou o ex-jogador. “Nicolau Moran, vice-presidente à época, me falou que eu não tinha preço. O (então mandatário) Modesto Roma (pai do atual presidente) argumentou que eu era o Santos. Ele disse: ‘Se eu vender você para o Corinthians, primeiro vou apanhar, depois vão colocar fogo na Vila Belmiro’”, riu Pepe.

“Também tive propostas do Barcelona e do Milan. Porém eu não olhava as cifras, mas sim para a felicidade que eu estava tendo de ganhar tantos títulos e ser bicampeão mundial pelo Santos e pela Seleção Brasileira”, completou.

E se o torcedor do Peixe fala com orgulho dos dois títulos mundiais em 1962 e 1963 é muito por conta de Pepe. À época, o vencedor da Libertadores disputava dois jogos contra o campeão da Liga dos Campeões e o que somasse mais pontos conquistava a taça. O Santos foi derrotado por 4 a 2 pelo Milan, na Itália, sem Pelé, lesionado. Na segunda partida, no Maracanã, ainda sem o Rei, os italianos venciam por 2 a 0... “O Lula (técnico) não sabia nem o que fazer e estávamos tomando um passeio. De repente caiu uma chuva no intervalo, o campo ficou alagado e tudo virou a nosso favor. Marquei dois gols de falta e vencemos por 4 a 2. Depois (na terceira partida), ganhamos por 1 a 0 com gol do Dalmo, de pênalti, e fomos campeões mundiais”, lembrou.

Além da memória, um dos motivos das lembranças nítidas de Pepe são itens que poucos conhecem – dois cadernos com as fichas técnicas, público e renda de todas as partidas que jogou.

“Tenho anotadas nos cadernos as 750 partidas em que atuei pelo Santos. Agora, fazem parte do Memorial do Santos e estão lá para exposição”, explicou o Canhão da Vila. 




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